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Advogado de Raed Jaser, de 35 anos, dá entrevista coletiva em Toronto | Reuters/Jon Blacker
Advogado de Raed Jaser, de 35 anos, dá entrevista coletiva em Toronto| Foto: Reuters/Jon Blacker

Um homem preso no Canadá sob suspeita de envolvimento em um complô para atacar um trem de passageiros no Canadá foi apresentados nesta terça-feira (23) perante um tribunal para uma audiência de fiança. Seu suposto cúmplice deve ser apresentado à justiça ainda hoje.

Raed Jaser, de 35 anos, permaneceu apenas alguns minutos no interior do tribunal em Toronto e ficará detido até uma próxima audiência, marcada para o mês que vem. Jaser usava barba longa e camisa preta, sem gravata. Ele estava acompanhado de seus pais e um irmão.

Jaser não se declarou culpado nem inocente e uma nova audiência foi marcada para 23 de maio. A pedido de seu advogado, a corte proibiu a divulgação pública de evidências e depoimentos futuros.

O suposto cúmplice de Jaser, Chiheb Esseghaier, de 30 anos, deve ser apresentado mais tarde a um tribunal em Montreal.

Jaser e Esseghaier foram "dirigidos e orientados" por integrantes da rede extremista Al-Qaeda no Irã, acusou nesta terça-feira o subcomissário da Real Polícia Montada canadense, James Malizia. Apesar disso, ele disse que não há motivo para se pensar que o governo iraniano esteja envolvido no planejamento do atentado.

A polícia informou ainda que a dupla suspeita não contou com apoio financeiro da Al-Qaeda, mas não forneceu mais detalhes.

O Irã, por sua vez, negou ligação com um suposto plano para descarrilar um trem de passageiros de alta velocidade.

Autoridades canadenses acreditam que os suspeitos Chiheb Esseghaier, de 30 anos, e Raed Jaser, de 35, receberam instruções e orientação de membros da Al-Qaeda no Irã. Acredita-se que Esseghaier seja tunisiano e que Jaser seja cidadão dos Emirados Árabes Unidos.

Alguns membros da Al-Qaeda receberam permissão para ficar no Irã após terem fugido do Afeganistão ao longo dos últimos anos, mas estariam sob rígido controle iraniano. As relações entre o Irã, predominantemente xiita, e a Al-Qaeda, dominada por sunitas, têm sido duras há vários anos.

O Irã foi um forte opositor do Taleban, que abrigou Osama bin Laden outros líderes antes da invasão do país após os ataques de 11 de setembro de 2001 contra os Estados Unidos. Muitos líderes da Al-Qaeda também veem o muçulmanos xiitas com desconfiança e hostilidade.

O porta-voz do Ministério de Relações Exteriores do Irã, Ramin Mehmanparast, disse aos jornalistas que "não há evidências firmes" de qualquer envolvimento iraniano e que grupos como a Al-Qaeda "não têm compatibilidade" com o Irã, seja em questões políticas ou ideológicas.

"Nós nos opomos a qualquer ação terrorista e violenta que possa ameaçar as vidas de pessoas inocentes", afirmou Mehmanparast. Ele disse que as afirmações canadenses são parte das políticas hostis contra Teerã e acusou o Canadá de indiretamente ajudar a Al-Qaeda ao se unir ao grupo ocidental que dá apoio aos rebeldes na Síria.

Alguns grupos islâmicos, que afirmam ser aliados da Al-Qaeda, se uniram às forças que tentam derrubar o presidente sírio, Bashar Assad, um dos principais aliados do Irã na região. "A mesma corrente (da Al-Qaeda) está matando pessoas na Síria, ao mesmo tempo em que recebe apoio do Canadá", afirmou Mehmanparast.

Em outro comentário, o ministro de Relações Exteriores iraniano, Ali Akbar Salehi, disse que as afirmações das autoridades canadenses são "as mais ridículas palavras falsas". "Eu espero que as autoridades canadenses lancem mão de mais sabedoria", disse ele.

Os dois países não têm mais relações diplomáticas desde o ano passado, quando o Canadá decidiu unilateralmente fechar sua embaixada em Teerã e expulsar diplomatas iranianos de Ottawa.

Na segunda-feira, Alireza Miryousefi, porta-voz da missão iraniana na Organização das Nações Unidas (ONU), disse que a rede extremista não opera no Irã.

"A posição do Irã contra este grupo é muito clara e conhecida. A Al-Qaeda não tem possibilidade de realizar qualquer atividade no interior do Irã ou de conduzir qualquer operação a partir do território iraniano", afirmou Miryousefi em comunicado enviado por e-mail para a Associated Press. "Nós rejeitamos, forte e categoricamente, qualquer conexão com esta história." As informações são da AP.

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