O furacão Dorian surgiu há quase duas semanas, e o incansável sistema tropical não desiste. Depois de perturbar as Ilhas Virgens e Porto Rico, devastar o noroeste das Bahamas e chegar aos EUA sobre Cape Hatteras, Carolina do Norte, o Dorian tem um novo destino: o Canadá.
Alertas de tempestades tropicais e furacão estão em vigor na Nova Escócia, e avisos de atenção para tempestades tropicais e furacão em partes de Newfoundland. A previsão é de ventos de 88 a 115 quilômetros por hora na maioria dos locais. Também estão previstas ondas fortes de 4,5 a 9 metros.
Também existe a possibilidade de inundações causadas por tempestades de maré. Calcula-se que o Dorian chegue ao Canadá durante a noite de sábado e nas primeiras horas da manhã de domingo perto de Halifax, Nova Escócia. A cidade de mais de 400 mil habitantes está se preparando para ventos de até 128 quilômetros por hora e rajadas acima de 144 quilômetros por hora.
A tempestade cobrirá mais terreno em menos de três horas no sábado do que a área coberta em todo o domingo e segunda-feira nas Bahamas.
"Tsunami"
Uma tempestade de maré "como um tsunami" avançou pelo estado americano da Carolina do Norte nesta sexta-feira (6). Uma parede de água deixou os moradores encurralados e sem energia elétrica.
O furacão atingiu Cape Hatteras como uma tempestade de Categoria 1, muito mais fraca do que a tempestade de Categoria 5 que arrasou as Bahamas no início da semana. Mesmo assim, o Dorian foi severo o bastante para causar "desastre absoluto", disse Peter Vankevich, residente de Ocracoke Island.
Os ventos fortes provocaram aumento das águas de mais de 2 metros, em menos de duas horas - o suficiente para submergir as janelas do primeiro andar de uma casa. "A água caiu com força e continuava a cair", disse Vankevich, que edita o principal jornal local. "Se você estivesse andando por aí, poderia ter sido levado".
"Precisamos de ajuda, agora"
Com o tempo se esgotando para salvar sobreviventes do furacão Dorian, as equipes de resgate das Bahamas e dos EUA vasculharam os escombros nas áreas mais atingidas nesta sexta-feira e se prepararam para o aumento do número de mortos.
Cinco dias após a tempestade atingir as Bahamas como um furacão de categoria 5, as autoridades disseram que ainda não está claro quantas pessoas precisam de assistência e quantas morreram. Funcionários e organizações de ajuda humanitária tiveram dificuldades para chegar a cidades remotas do país insular, com problemas logísticos que impediam o envio de barcos e aeronaves de resgate.
"Minha casa se foi, tudo o que tenho se foi; isso é tudo o que me resta", disse Eddie Peredema, jardineiro em Marsh Harbour, apontando para sua camiseta verde. "Precisamos de comida, precisamos de abrigo. Precisamos de ajuda, agora."
Marsh Harbour, a maior cidade das Ilhas Ábaco, foi devastada pela tempestade. Equipes em trajes de proteção estão procurando sobreviventes e corpos em meio aos detritos, armazenando os corpos em um contêiner refrigerado na parte de trás de uma clínica.
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