A polícia do Canadá acusou nesta sexta-feira (21) um ex-agente da Polícia Montada (polícia federal do país) de espionar para a China e ajudar as autoridades de Pequim a “identificar e intimidar” uma pessoa não identificada.
O ex-agente foi identificado como William Majcher, de 60 anos, natural de Hong Kong.
“De acordo com a investigação, Majcher supostamente utilizou seu conhecimento e extensa rede de contatos no Canadá para obter inteligência ou serviços para beneficiar a República Popular da China”, disse a Real Polícia Montada do Canadá em um comunicado.
A investigação começou no final de 2021 e a polícia explicou que considera que Majcher “contribuiu para os esforços do governo chinês para identificar e intimidar um indivíduo fora do alcance da lei canadense”.
Majcher, que foi preso pela polícia canadense, compareceu nesta sexta a um juiz em Montreal. É a primeira vez que um indivíduo é acusado no Canadá de interferência estrangeira nos assuntos internos do país.
A prisão de Majcher ocorre depois que a imprensa canadense informou por meses que os serviços de inteligência canadenses (CSIS) detectaram campanhas de interferência das autoridades chinesas nas eleições gerais do país, supostamente para beneficiar o partido do atual premiê, Justin Trudeau, e prejudicar os conservadores.
Um dos relatórios publicados indicava que o CSIS sabia desde 2021 que as autoridades chinesas estavam interessadas em obter informações sobre os parentes do deputado canadense Michael Chong para impor a eles “potenciais sanções”.
Os mesmos relatos identificaram um diplomata chinês em Ottawa, Zhao Wei, na tentativa de localizar familiares do deputado, que morariam em Hong Kong.
Em maio, a ministra das Relações Exteriores canadense, Mélanie Joly, anunciou a expulsão do diplomata chinês e declarou que Ottawa não tolerará qualquer forma de interferência estrangeira nos assuntos internos do país.
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