Duas pesquisas publicadas nesta sexta-feira (10) afirmam que o Partido Quebequense (PQ), que defende a soberania, alcançará a vitória nas eleições que acontecem em 4 de setembro na província francófona canadense.
Embora em ambos os casos a margem de diferença nas intenções de voto entre o PQ e o federalista Partido Liberal de Québec, atualmente no poder na província, seja relativamente pequena, o sistema eleitoral canadense prevê que os separatistas poderiam conseguir maioria absoluta.
A primeira pesquisa, realizada pela Léger Marketing, aponta que o PQ tem o apoio de 32% dos eleitores, enquanto o PLQ do primeiro-ministro da província Jean Charest tem 31%. Em terceiro lugar vai ficando o novo partido Coalition Advir Québec (CAQ) com 27%.
A enquete, realizada de segunda a quarta-feira, e que consultou 1.589 pessoas, tem uma margem de erro do 2,5%.
A segunda pesquisa, realizada pelo instituto Crop, entre 4 e 8 de agosto com entrevistas a 1.061 pessoas e com margem de erro de 3% coloca o PQ com 32% das intenções de voto, o PLQ com 29% e o CAQ com 21%.
Mas ambas as pesquisas confirmam que a maioria da população francófona de Québec, que representa 80% da população da província, apoia o PQ contra o PLQ e CAQ.
A enquete de Léger situa o apoio dos francófonos ao PQ em 39%, contra 18% dos liberais e 31% do CAQ. Na pesquisa de CROP o apoio francófono é de 38%, 25% e 22%, respectivamente.
Os quebequenses estão convocados às urnas para escolher em 4 de setembro os 75 deputados da Assembleia Nacional, o Parlamento provincial.
No sistema eleitoral canadense, o Québec está dividido em 75 circunscrições que elegem cada uma um deputado. Os votos conquistados pelos candidatos perdedores nessa circunscrição não têm qualquer valor.
A concentração do voto anglófono em Montreal e o sistema eleitoral significa que embora a diferença percentual entre o PQ e PLQ seja pequena, os liberais de Charest estão tendendo a uma clara derrota com os números atuais de projeção de voto.
As pesquisas também apontam um contínuo declive da imagem dos liberais de Charest, no poder desde 2003.
A pesquisa da Crop aponta que 68% da população quebequense rejeita a gestão de Charest, que nos últimos meses esteve pressionado por escândalos de corrupção e protestos estudantis contra o aumento das taxas universitárias.
Governos do PQ em 1980 e 1995 convocaram dois plebiscitos independentistas. A líder do PQ, Pauline Marois, não revelou se convocará uma nova consulta em caso de ganhar mas afirmou que acredita que a província se beneficiaria de um nacionalismo econômico maior. EFE
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