Caracas O presidente da rede de TV, Radio Caracas Televisión (RCTV), Marcel Granier, disse que espera que o anúncio oficial da não renovação da licença de transmissão do canal seja "uma piada de mau gosto" e advertiu que a emissora de oposição vai defender seus "direitos" nas instâncias necessárias.
O presidente venezuelano, Hugo Chávez, disse na quinta-feira que não renovará a licença de transmissão da RCTV, que vence em 27 de março, segundo dados governamentais, por considerá-la uma emissora "golpista".
"Esperamos que isto não tenha sido mais do que uma piada de mau gosto", afirmou Granier. Ele disse que Chávez foi "mal informado sobre o caso da RCTV".
Granier disse à imprensa local que a não renovação da licença da emissora "não tem fundamento, é inconstitucional, ilegal e viola os direitos do espectador e das emissoras de televisão".
Representantes da RCTV fundada em 1953 e que abertamente se opõe ao governo dizem que a concessão de transmissão vencerá no ano 2020, porque foi renovada automaticamente quando atualizaram sua inscrição no Conselho Nacional de Telecomunicações (Conatel).
O ministro de Comunicação, William Lara, rejeitou essa interpretação e afirmou que a Lei de Telecomunicações diferencia expressamente a inscrição na Conatel da concessão que o Estado, em uso de sua faculdade constitucional, outorga para utilizar uma freqüência de transmissão.
Ao ser questionado sobre a acusação de "golpista" feita pelo governo venezuelano, Granier afirmou que não discutiria o assunto com "pessoas que participaram de golpes de Estado sangrentos e irresponsáveis", em alusão à fracassada tentativa militar que Chávez liderou em 1992.
Em junho, o presidente ordenou a revisão das concessões das emissoras que apoiaram o golpe de 11 de abril de 2002, que tirou Chávez do poder por 48 horas.