Cancelamento de viagem de Dilma ganha destaque em jornais estrangeiros

A decisão da presidente Dilma Rousseff de cancelar sua visita de Estado aos EUA ganhou destaque em diversos meios de comunicação estrangeiros.

O jornal "Huffington Post" estampou em sua homepage uma chamada irônica sobre o cancelamento: "Adivinha quem não vem para jantar?" Na foto logo abaixo, Dilma e Obama aparecem sorridentes em cumprimento.A menção ao "jantar" acontece, pois, dentro das formalidades de uma visita de Estado, deve acontecer um jantar de gala na Casa Branca.

Segundo o "Washington Post", o cancelamento de Dilma aconteceu após ela sofrer pressões dentro do PT. Para o jornal, a decisão foi politicamente conveniente, em parte porque a presidente enfrentará uma "difícil campanha de reeleição" em 2014.

No entanto, diz a publicação, "a decisão do Brasil de recusar o convite da Casa Branca será, no curto prazo, prejudicial para o país, que passa por dificuldades econômicas e busca atrair investimentos americanos e maior abertura para os produtos brasileiros".Para o britânico "Guardian", "o anúncio é, pelo menos, um revés temporário para as relações bilaterais Brasil-EUA, que pareciam ter melhorado desde Rousseff chegou ao poder".O "El País" avaliou a decisão de Dilma de adiar indefinidamente o encontro como "inteligente", "mantendo em pé a posição brasileira de exigir mais explicações sobre a espionagem ilegal à Presidência e à Petrobras, deixando vivo o difícil diálogo entre as duas potências".A BBC também deu destaque à notícia em sua homepage.Visita de EstadoCategoria diplomática mais alta concedida a estrangeiros, a visita de Estado é reservada a parceiros estratégicos mais próximos dos EUA e implica em formalidades como um jantar de gala na Casa Branca e uma cerimônia militar na chegada. O último presidente recebido com tal honraria havia sido Fernando Henrique Cardoso.O presidente americano, Barack Obama, telefonou ontem para Dilma na tentativa de evitar o cancelamento da visita.A ida da presidente aos EUA estava em análise após acusações de que ela e a Petrobras foram alvo de espionagem pela NSA (Agência de Segurança Nacional dos EUA), segundo reportagens no programa "Fantástico", da TV Globo, neste mês.