Representantes de vários países reúnem-se a partir do dia 29 de novembro em Cancún, no México, para mais uma rodada de negociações sobre ações com o objetivo de conter o aquecimento global. Na COP-16, a 16.ª Conferência sobre Mudanças Climáticas da Organização das Nações Unidas, a redução das emissões de gases causadores do efeito estufa estará no centro das discussões.
No entanto, de acordo com especialistas que participaram nesta semana de um evento sobre mudanças climáticas promovido pela Bovespa (Bolsa de Valores de São), as expectativas acerca de uma solução definitiva para o tema são baixas.
"Os países são realistas sobre o entendimento das metas de redução de emissões. Então, não esperamos um acordo para o futuro em Cancún", afirma a especialista-chefe em mudanças climáticas do Banco Interamericano de Desenvolvimento (BID), Maria Netto. Ela espera que pelo menos uma decisão sobre o financiamento das políticas para a redução das emissões venha a ser elaborada na conferência de Cancún.
O especialista em energia do Banco Mundial (BIRD), Christophe de Gouvello, ratificou as declarações da representante do BID, mas é otimista quanto a uma definição, na conferência, sobre quanto o reflorestamento colabora com a redução do aquecimento global. "Sobre a remoção de carbono da atmosfera por meio de plantações florestais, se espera alguns avanços técnicos significativos", diz Gouvello.
Para a diretora de Sustentabilidade da BM&F Bovespa, Sonia Favaretto, esse pessimismo em relação à COP-16 pode ser positiva. Segundo ela, na última edição da conferência, em Copenhague, a pressão por uma definição era muito grande e isso atrapalhou. "Em Copenhague, as expectativas eram fora da realidade. Cancún chega de um forma mais racional e ponderada, e isso pode ser bom", diz Sonia.
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