Favorita nas pesquisas para vencer o segundo turno eleitoral no Equador, que acontece no dia 15 de outubro, a candidata correísta Luisa González afirmou que recebeu ameaças de morte nos últimos dias.
"Recebi ameaças contra a minha vida, porque sou a candidata com a maior probabilidade de ganhar a presidência", disse ela, por meio de um comunicado de seu partido, o Revolução Cidadã, apoiado pelo ex-presidente Rafael Correa (2007-2017).
A candidata de esquerda liderou a corrida eleitoral do Equador nas eleições de 20 de agosto, com 33% dos votos a seu favor contra 24% de seu opositor, o empresário Daniel Noboa, do Partido Democrático Nacional. Os dois disputam o cargo no segundo turno do dia 15 de outubro.
González afirmou que a Promotoria abriu uma investigação para identificar os responsáveis pelas supostas ameaças. Segundo ela, "uma das pessoas disse ter bombas para atentar contra a vida dela". Desde então, ela tem recebido proteção militar em suas atividades políticas e usa coletes à prova de balas.
Esse é mais um episódio da onda de violência que atinge o país nos últimos meses. Dias antes do primeiro turno eleitoral, o presidenciável de direita Fernando Villavicencio foi assassinado a tiros durante um comício em Quito, capital do Equador.
Além disso, na última semana, houve a explosão de dois carros-bomba e granadas nas ruas da cidade. Ao todo, dez homens foram detidos após os crimes, entre eles um colombiano.
O Equador continua em estado de exceção provocado por uma onda de violência no sistema carcerário do país, envolvendo facções criminosas rivais ligadas ao narcotráfico, com registro de milhares de mortes.
Na última quinta-feira (31), uma revolta dentro de seis penitenciárias do país deixou 57 agentes de segurança reféns de criminosos. As autoridades disseram que todos já foram libertados e estão em boas condições.
A polícia investiga se há relação entre os episódios que aconteceram fora das prisões, uma vez que líderes de facções ligadas ao narcotráfico que se encontram detidos continuam a dar ordens aos integrantes que estão soltos.
Segundo as autoridades, os ataques dentro das prisões podem ser uma represália pela transferência do líder da facção Los Lobos a um presídio de segurança máxima no país.