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A ex-deputada María Corina Machado, candidata da oposição da Venezuela nas eleições presidenciais de 2024, criticou nesta quinta-feira (26) as ações da ditadura de Nicolás Maduro para sabotar o pleito do ano que vem, dias depois de um acordo ter sido assinado em Barbados para a realização de um processo livre, inclusive com observação internacional.
“É uma contradição, porque um setor do regime parece estar disposto a concorrer nas eleições e até contempla a possibilidade de ser oposição na Venezuela. Há outro setor que parece que, com dinheiro e recursos, teria a oportunidade de ganhar. Mas há outro setor que não quer contar [com a possibilidade de disputar eleições]. Que tem medo disso”, afirmou, em declarações publicadas pelo site Efecto Cocuyo.
O comentário diz respeito ao anúncio, feito na quarta-feira (25) pelo Ministério Público (subserviente ao chavismo), de abertura de um processo para investigar supostas fraudes nas primárias da oposição venezuelana, realizadas no domingo (22) e nas quais Machado obteve 92% dos votos.
Nesta quinta-feira, ela recebeu da Comissão Primária Nacional, que organizou o processo, a credencial para ser candidata no ano que vem.
Machado, que foi inabilitada em junho pela ditadura chavista a concorrer a cargos públicos durante 15 anos, destacou que a judicialização ocorre na semana seguinte à assinatura de um acordo entre a oposição e a ditadura chavista em Barbados, que determinou garantias para eleições livres em 2024. Em razão desse compromisso, os Estados Unidos suspenderam parcialmente sanções contra a Venezuela.
“É uma contradição que o acordo tenha sido assinado e logo a seguir, nos dias seguintes, são violados os primeiros pontos dele. Quem tem que resolver esta contradição é o regime”, disse Machado.