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A candidata opositora Xóchitl Gálvez
A candidata opositora Xóchitl Gálvez| Foto: EFE/José Méndez

A candidata presidencial da frente opositora Força e Coração pelo México, Xóchitl Gálvez, pediu neste domingo (2), depois de votar na capital mexicana, que as pessoas saiam para votar “sem medo”, mesmo admitindo que estas são “as eleições mais violentas da história do nosso país”.

“Eu diria a eles 'saiam sem medo'. Já sabemos que, em algumas partes de Chiapas [estado da fronteira sul], não serão instalados centros de votação, lamento muito", disse Gálvez à imprensa depois de votar na escola primária El Chamizal, na Cidade do México, após esperar quase duas horas na fila.

Nesse colégio, localizado no bairro Reforma Social, os cidadãos esperavam desde a primeira hora da manhã para votar nas maiores eleições da história do México e nas quais deverá ser eleita a primeira mulher presidente do país.

Gálvez lembrou que estas eleições também já são as mais violentas, com pelo menos 30 candidatos assassinados e mais de 250 homicídios políticos, enquanto a coligação Força e Coração pelo México denuncia que o crime organizado coloca a votação em risco em quase 30% do território.

“Sim, foram as eleições mais violentas da história do nosso país”, lamentou, embora tenha frisado que “vai ser um grande dia de festa” pela “enorme participação” da população.

98 milhões de pessoas deverão votar nas eleições deste domingo visando renovar mais de 20 mil cargos, incluindo a presidência, os 500 deputados, os 128 senadores e nove governos estaduais.

“Isso fortalece a nossa democracia, os mexicanos tomam a decisão e hoje começa um novo futuro para o México”, disse Gálvez.

Gálvez foi a última candidata presidencial a votar, na sequência de Jorge Álvarez Máynez, do opositor Movimento Cidadão (MC), e da candidata governista, Claudia Sheinbaum, que também declarou que os mexicanos "não devem ter medo de votar".

A representante da coligação formada pelo Partido de Ação Nacional (PAN), o Partido Revolucionário Institucional (PRI) e o Partido da Revolução Democrática (PRD) chegou rodeada dos seus filhos e encontrou cerca de 50 apoiadores, mas também alguns opositores à sua candidatura.

“Estou em grande paz espiritual. Ser crente dá a você essa sensação de paz de que as coisas vão acontecer como devem”, afirmou, enquanto seus apoiadores lhe pediam fotos e vídeos.

A opositora, que disse estar “muito otimista”, ocupava a segunda posição nas pesquisas até a última quinta-feira (30) e sua campanha centrou-se em questionar as ações do atual presidente, Andrés Manuel López Obrador, e posicionar-se como alternativa a Sheinbaum.

“Agora é o povo que tem que decidir. Já fiz o meu trabalho, deixei a minha alma nesta campanha”, ressaltou Gálvez.

Dia eleitoral ocorre sob tranquilidade, diz INE

No começo desta tarde, a presidente do Instituto Nacional Eleitoral (INE), Guadalupe Taddei Zavala, anunciou em rede nacional que as eleições estavam transcorrendo "sem incidentes maiores" no país e que os contratempos ocorridos já foram atendidos. Taddei informou que, até o meio-dia, foram instaladas 149.059 seções eleitorais em todo o país, representando 87,59% do total, superando os números reportados nos processos de 2018 e 2021 no mesmo horário.

Claudia Sheinbaum, que votou mais cedo, é a candidata governista à presidência do México e favorita nas pesquisas de intenção de voto. Ela integra o partido governista Movimento de Regeneração Nacional (Morena), de esquerda, ao qual pertence López Obrador.

Sheinbaum é ex-chefe de governo da Cidade do México (2018-2023) e foi delegada na cidade de San Andrés Totoltepec, em Tlalpan, de 2015 a 2018.

A maior preocupação do eleitorado nesta eleição tem sido a violência, porque embora o governo tenha afirmado que a incidência mensal de homicídios caiu mais de 20% durante a gestão de López Obrador (2018-2024), a oposição denuncia que seu mandato de seis anos terminará como o mais violento, com mais de 180 mil assassinatos.

As eleições deste domingo também já são as mais violentas da história, com 22 candidatos assassinados reconhecidos pelo governo, embora grupos independentes registrem mais, como os 31 reportados pela Data Cívica ou os 34 catalogados pela consultora Integralia, o que eleva o número para quase 250 homicídios políticos quando se inclui assessores, funcionários e familiares.

Apesar disso, Sheinbaum disse que os mexicanos “não deveriam ter medo, deveriam sair e votar”. Questionada sobre a intensificação da violência política, com dezenas de candidatos assassinados, um deles horas antes do início das eleições no estado de Michoacán, Sheinbaum respondeu novamente à Agência EFE que os mexicanos “não deveriam ter medo”.

Pela manhã, a Secretaria da Marinha (Semar) informou a mobilização de 27.245 militares das Forças Armadas para a operação de segurança eleitoral, que se somarão aos 233.543 que já desempenham funções de segurança pública. (Com Agência EFE)

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