A líder da extrema direita francesa Marine Le Pen foi convocada pelos juízes de instrução pelo caso dos cargos fantasmas de seus colaboradores no Parlamento Europeu — informaram fontes próximas à investigação nesta sexta-feira (3).
Segundo uma dessas fontes, a candidata à Presidência, que lidera as pesquisas para o primeiro turno da eleição em 23 de abril, disse aos juízes que não responderia a essa convocação antes do fim da campanha, o que foi confirmado por seu advogado, Rodolphe Bosselut.
Le Pen poderá ser processada pela Justiça, no âmbito da investigação em curso sobre se seu partido — a Frente Nacional — organizou um sistema para remunerar altos cargos, ou funcionários na França, apresentando-os como assistentes parlamentares.
Acusações
A chefe de gabinete de Marine Le Pen, Catherine Griset, foi acusada em 22 de fevereiro por abuso de confiança. É suspeita de ter recebido como assistente parlamentar entre 2010 e 2016, quando, na realidade, trabalhava na Frente Nacional, na França.
Recentemente, Le Pen declarou que não se apresentaria diante dos juízes durante a campanha, pois é um “período que não permite nem a neutralidade, nem a serenidade necessárias para o funcionamento correto da Justiça”.
Marine Le Pen tem imunidade parlamentar e, por isso, não pode ser obrigada a comparecer. Os juízes teriam de pedir ao Parlamento Europeu para retirar a imunidade.
Os eurodeputados já fizeram isso esta semana, mas em um caso diferente: o dos tuítes que continham imagens de execuções do grupo extremista Estado Islâmico (EI) e que Le Pen divulgou durante uma discussão com um adversário político.
Le Pen é a favorita no primeiro turno das eleições presidenciais francesas. Tudo aponta que irá para o segundo turno, apesar dos casos abertos na Justiça.
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