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Ditadura na Venezuela

Candidata oposicionista a Maduro se surpreende com crítica de Lula às eleições na Venezuela

Corina Yoris se surpreendeu com crítica de Lula ao processo eleitoral venezuelano (Foto: EFE/Miguel Gutiérrez)

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Corina Yoris, candidata à presidência da Venezuela que teve sua candidatura barrada pela ditadura de Nicolás Maduro, afirmou-se surpresa com o pronunciamento de Luiz Inácio Lula da Silva (PT) sobre o processo eleitoral em seu país. “Eu não imaginava, eu não esperava”, afirmou ela durante entrevista à emissora de TV CNN.

A venezuelana se disse surpresa, já que Lula estava “vacilante em dizer coisas, muito neutro, sem compromisso ao dizer algumas declarações que aqui no país foram muito criticadas”.

Ela ainda contou que, quando viu as declarações do presidente sobre sua candidatura disse “que maravilhoso, porque isso significa que nós não estamos equivocados no que estamos fazendo, no que todo mundo está vendo. Que não somente nós que estamos aqui, mas que as pessoas de fora também estão vendo o que está acontecendo”.

Lula: críticas e amenizações em relação às eleições na Venezuela

Na quinta-feira (28), durante coletiva de imprensa com o presidente francês, Emmanuel Macron, no Palácio do Planalto, Lula disse que é "grave" o fato de que Yoris não tenha conseguido se inscrever para as eleições presidenciais no país.

"É grave que a candidata não possa ter sido registrada. Ela não foi proibida pela Justiça. Me parece que ela se dirigiu até o lugar, tentou usar o computador local e não conseguiu entrar. Então é algo que causou prejuízo a uma candidata. Não tem explicação jurídica ou política proibir um adversário de ser candidato", afirmou o presidente.

No entanto, no mesmo evento, Lula minimizou a inabilitação de outra postulante ao cargo, da líder da oposição venezuelana María Corina Machado, afirmando que "não era um agravante". Por outro lado, Lula condenou que o regime de Maduro tenha impedido que ela indicasse uma substituta, no caso, Corina Yoris, "sem motivo jurídico ou político".

Quando a candidatura de Maria Corina Machado foi primeiramente negada, o petista já havia causado polêmica, pois disse que "ao invés de ficar chorando", ela deveria indicar outra pessoa para concorrer em seu lugar. A candidata foi inabilitada a disputar as eleições presidenciais por 15 anos pela Suprema Corte da Venezuela. Ela tentou recorrer da decisão, mas não obteve sucesso.

Violações ao Acordo de Barbados

Ainda após todas as declarações de Lula sobre sua candidatura, Maria Corina Machado o congratulou pelas críticas feitas em relação ao impedimento da candidatura de Corina Yoris. Em sua conta no X (antigo Twitter), a líder da oposição venezuelana agradeceu ao presidente, a Macron e ao mandatário colombiano, Gustavo Petro, “por suas posições nas últimas horas que reafirmam que nossa luta é justa e democrática".

A antichavista pediu aos "líderes democráticos do mundo" que se unam para exigir que a ditadura de Nicolás Maduro permita que Yoris seja candidata da principal coalizão de oposição da Venezuela, a Plataforma Unitária Democrática (PUD).

Durante a entrevista à CNN, Corina Yoris contou que tinha compartilhado as postagens de Maria Corina Machado e que se unia a esse agradecimento aos três presidentes. Ela ainda classificou com “insolente” a resposta do governo do ditador Nicolás Maduro ao comunicado do Itamaraty sobre o impedimento a sua candidatura.

Segundo o Ministério das Relações Exteriores, o impedimento da candidata, sem que seja alvo de processos judiciais, é incompatível com o Acordo de Barbados. Assinado em outubro do ano passado, o Acordo é fruto de uma negociação mediada pela Noruega para garantir a realização de eleições livres e transparentes na Venezuela.

Em fevereiro deste ano, a Plataforma Unitária Democrática entregou um documento de 33 páginas para o governo da Noruega no qual denuncia o descumprimento por parte dos chavistas do Acordo.

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