O veterano diplomata norte-americano Christopher Hill, que pode ser o próximo embaixador do país no Iraque, tem um grande temor no que diz respeito ao cargo. "Eu não quero falhar", disse ele aos senadores nesta quarta-feira (25). Essa declaração direta reflete tanto a admiração pelas conquistas de seu predecessor em Bagdá, Ryan Crocker, quanto a preocupação de que muitas delas ainda tenham de ser feitas.

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Sua falta de experiência no Oriente Médio fez com que alguns republicanos pedissem ao presidente Barack Obama que reconsiderasse sua nomeação. Ainda assim, Hill passou pela audiência no Comitê de Relações Exteriores do Senado. O presidente, senador democrata John Kerry, disse ter certeza de que Hill é a pessoa certa para o cargo e que o comitê deveria votar a favor de sua nomeação na próxima semana.

Mas, assim que chegar ao plenário do Senado, sua nomeação pode enfrentar maior oposição. Liderando o bloco está o senador republicano Sam Brownback, que acusa Hill de enganá-lo durante um testemunho no Congresso no ano passado sobre pressões à Coreia do Norte em questões de direitos humanos. Na época, Hill era o chefe da administração Bush para negociações nucleares com o país comunista. Hill diz que foi um mal-entendido com Brownback que, por sua vez, diz que Hill poderia ter feito mais para resolver a questão.

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Após a audiência de Hill, Brownback declarou que votará contra Hill. "Eu acho que em seu passado, suas ações ficam abaixo das qualificações que precisamos", disse Brownback.

Citando a questão de sua experiência no Oriente Médio, Hill disse que seus anos de trabalho diplomático nos Bálcãs e como negociador-chefe na Coreia do Norte serão úteis em Bagdá.

Ele mencionou, por exemplo, a forma como gerenciou o problema do pós-guerra em Kosovo e a construção de forças policiais confiáveis.

"Quando eu vejo alguns desses problemas que temos no Iraque, sinto como se fosse algo que já vi", disse ele.

Hill afirmou que apesar do fato de a segurança continuar frágil no Iraque, ele está otimista de que ela pode ser mantida em larga escala. A retirada de tropas norte-americanas do Iraque começa no início do próximo ano. Há cerca de 143 mil soldados dos Estados Unidos no país.

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"Eu acho que estamos uma fase realmente crucial", disse ele. "A tarefa de retirar forças tende a ser mais difícil do que enviar tropas". Ele enfatizou que o ponto-chave será deixar os iraquianos com uma sensação de segurança.

Hill disse ao comitê que, caso seja confirmado no cargo, estará pronto para embarcar para o Iraque no dia seguinte. Ele afirmou que estará preparado para reiniciar as conversações dos Estados Unidos e Iraque como o Irã se o governo disser que elas são úteis. "O verdadeiro problema na região para o Iraque é seu velho vizinho, o Irã". Hill acrescentou que, como embaixador ele vai trabalhar para assegurar que os iranianos respeitem a soberania iraquiana. As informações são da Associated Press.