Um importante candidato a presidente da Colômbia acusou na terça-feira o presidente da Venezuela, Hugo Chávez, de interferir nas eleições presidenciais colombianas de maio, aumentando o clima de tensão que existe atualmente entre os dois países.
Juan Manuel Santos, ex-ministro da Defesa do presidente Álvaro Uribe e favorito para sucedê-lo, queixou-se de ter sido apontado por Chávez, durante discurso em Caracas, como uma ameaça à região.
A troca de acusações começou no domingo, quando Santos recusou-se a dizer, num debate eleitoral, se bombardearia acampamentos da guerrilha Farc fora da Colômbia, mas defendeu o ataque realizado em 2008 contra rebeldes colombianos no Equador, o que desencadeou uma crise entre o governo conservador de Uribe e alguns governos esquerdistas da América do Sul, entre eles o de Chávez.
O líder venezuelano reagiu na segunda-feira, quando disse numa cúpula de líderes esquerdistas que Santos era uma ameaça "a todos nós", e criticou a estreita relação entre Colômbia e Estados Unidos.
"Outros candidatos (no debate) disseram que bombardeariam acampamentos terroristas em outros países", disse Santos a jornalistas em Bogotá. "Mas o presidente Chávez veio atrás de mim, o que mostra que ele claramente quer interferir nas eleições."
Venezuela e Colômbia travam atualmente uma disputa comercial e diplomática por causa da autorização do governo Uribe para que os EUA ampliem sua presença militar na Colômbia. Chávez diz que esse acordo militar é parte de um plano de Washington para invadir a Venezuela e se apossar dos seus recursos petrolíferos. EUA e Colômbia dizem que seu objetivo é combater o narcotráfico e as guerrilhas marxistas.
Em retaliação, Chávez determinou a suspensão de importações de produtos colombianos, o que Bogotá diz que poderá lhe custar cerca de 1 ponto percentual no crescimento do seu PIB.
Santos, oriundo de uma família rica de Bogotá, promete manter a linha-dura de Uribe contra a guerrilha, e diz que ele e Chávez são como "água e azeite".
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