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Outdoor da campanha do candidato presidencial de Óscar Ivan Zuluaga, em Bogotá | REUTERS / Jose Miguel Gomez
Outdoor da campanha do candidato presidencial de Óscar Ivan Zuluaga, em Bogotá| Foto: REUTERS / Jose Miguel Gomez

O candidato à Presidência da ColômbiaÓscar Iván Zuluaga apresentou nesta quinta-feira (22) à procuradoria uma resposta ao vídeo em que aparece conversando com um hacker que teria vazado informação sigilosa sobre as negociações do governo com as Farc (Forças Armadas Revolucionárias da Colômbia).

O documento foi entregue pelo advogado de Zuluaga, Jaime Granados, ao vice-procurador-geral, Jorge Fernando Perdomo. A perícia, contratada pelo Centro Democrático (partido de Zuluaga), foi realizada por especialistas da companhia Adalid Corporation, e concluiu que o vídeo seria uma montagem.

A defesa de Zuluaga alega que em vários pontos a imagem aparece cortada, indicando edição, enquanto o áudio não corresponde às cenas.

"Há 17 pontos de edição, momentos em que se ouve o som de clicks sem que ninguém esteja pressionando o botão do mouse, e há diferença entre as versões do vídeo exibido pela [revista] Semana e o que saiu no jornal Tiempo", disse o técnico Andrés Guzmán Caballero, da Adalid.

Granados apresentou, ainda, uma denúncia formal contra Rafael Revert, o técnico em segurança informática espanhol que trabalhava para o hacker Andrés Sepúlveda. Revert teria gravado o vídeo e o entregou à revista Semana, que o divulgou no último sábado (17).

O advogado disse que o vídeo mostra que Zuluaga "é uma vítima" e não deve responder como acusado de vazar informações sigilosas do Estado colombiano.

Eleições

Apadrinhado pelo ex-presidente Álvaro Uribe, Zuluaga disparou nas pesquisas e deve provocar um segundo turno nas eleições do próximo domingo (25). O candidato disputa palmo a palmo as intenções de voto com o atual presidente, também ex-aliado de Uribe, Juan Manuel Santos.

Nesta quinta-feira (22), Álvaro Uribe também foi à ofensiva, sugerindo que seu partido (Centro Democrático) poderia não aceitar o resultado das urnas, caso o órgão eleitoral "não ofereça garantias". O ex-presidente disse também que, em vários lugares do interior do país, as Farc estariam controlando a votação, "com um fuzil na mão".

Santos tem como principal plataforma política as negociações iniciadas há 18 meses com a guerrilha. Nas últimas semanas, uma proposta de anistia, ainda indefinida, e de possibilitar acesso de ex-guerrilheiros ao Congresso fez com que Santos perdesse pontos nas pesquisas.

Zuluaga propõe a suspensão das negociações e linha-dura com a guerrilha, como fez seu padrinho político, Álvaro Uribe. Agora, Uribe acusa Santos de fazer concessões demais aos guerrilheiros.

O ministro do Interior, Aurelio Iragorri Valencia, respondeu as acusações de Uribe. "Uma afirmação por parte de qualquer político, no sentido de que, se ganham as eleições reconhecem o resultado, mas se perdem, não, é um fato inaceitável. Esse tipo de afirmações busca deslegitimar o processo eleitoral e seu resultado, semeando um manto de dúvidas."

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