Depois de passar ao segundo turno com uma margem apertada (22,7%, contra 20,3% da terceira colocada, Beatriz Sánchez), o centro-esquerdista Alejandro Guillier, 64, conseguiu chegar a uma inesperada situação de empate técnico com o até então favorito, o centro-direitista Sebastián Piñera, 68 (que obteve 36% dos votos em novembro), para as eleições do próximo domingo (17).
Além dos apoios formais de forças de esquerda e de centro-esquerda, como os do ex-presidente socialista Ricardo Lagos (2000-2006), da democrata cristã Carolina Goic, de Sánchez e da própria atual presidente, Michelle Bachelet, Guillier começa a ganhar apoios internacionais para sua "frente anti-Piñera".
Desembarca na noite desta quarta-feira (13) em Santiago o ex-presidente uruguaio José "Pepe" Mujica. Ele deve subir ao palco no encerramento da campanha de Guillier. O evento ocorrerá no centro de Santiago.
Segundo o chefe de campanha de Guillier, Osvaldo Rosales, "Mujica não é um líder uruguaio ou latino-americano, é um líder mundial, ético e épico. Ele nos ensinou com frases tão profundas e simples, como 'aquele que quer ganhar dinheiro que não se meta em política', e este é um ideal de nossa candidatura".
Já Piñera obteve o apoio formal do ultra-direitista José Antonio Kast (7,9% no primeiro turno) e o do candidato derrotado por ele nas primárias, Manuel Ossandón, um populista de direita de grande influência na periferia de Santiago.
Segundo a pesquisa mais recente, do instituto Cadem, Piñera estaria na dianteira com 40% das intenções de voto, seguido por Guillier, com 38,6%, ou seja, estaria configurado um empate técnico.
Um dos itens que podem definir a eleição é o comparecimento às urnas, que no Chile é muito baixo historicamente (o voto não é obrigatório). No primeiro turno, a abstenção foi de mais de 50%, dentro de um universo de 14 milhões de eleitores.