O candidato Winston Tubman disse nesta sexta-feira (4) que não irá participar do segundo turno da eleição presidencial da Libéria, na próxima terça-feira (8), contra a presidente Ellen Johnson-Sirleaf, mas as autoridades eleitorais disseram que a votação será mantida. Tubman, advogado formado em Harvard e Cambridge e que já trabalhou na ONU, pediu a seus apoiadores que participem de um protesto pacífico neste sábado (5), vestindo roupas brancas, e se abstenham de ir às urnas no dia 8.
Ele afirmou também que não irá reconhecer nenhum governo formado com base na eleição. Mas a chefe da comissão eleitoral, Elizabeth B. Nelson, disse que nada poderá impedir que o segundo turno seja realizado. "Estamos pedindo a todos os liberianos amantes da paz que compareçam em grande número para votar na terça-feira", afirmou ela à Reuters por telefone. A eleição presidencial, a segunda na Libéria após uma longa guerra civil, serve de teste para o progresso institucional do país africano, rico em minérios. Mas o processo tem sido marcado por denúncias de parcialidade da comissão eleitoral.
O presidente anterior da comissão renunciou na semana passada, curvando-se às queixas do partido de Tubman. O candidato disse, no entanto, que o órgão continua sendo problemático. "Nós nos recusamos a participar no segundo turno de 8 de novembro. Jamais iremos recompensar a fraude e o abuso de poder, e nunca concederemos legitimidade a um processo político corrupto", disse Tubman a jornalistas ma capital Monróvia. "Qualquer governo saído do processo de 8 de novembro estará sem um mandato nacional para governar e não será reconhecido pelo CDC", acrescentou. A organização regional Ecowas já alertou que um boicote pode desestabilizar a Libéria, e pediu a Tubman que não se retire do processo. Tubman viajou nesta semana à Nigéria para discutir com a Ecowas, mas parece não ter sido dissuadido. A guerra na Libéria terminou em 2003, e a última eleição foi realizada em 2005, dando a vitória a Johnson-Sirleaf, uma das ganhadoras do Prêmio Nobel da Paz deste ano. A confiança externa no país tem constantemente crescido, e empresas estrangeiras de mineração e petróleo se preparam para despejar bilhões de dólares no país para desenvolver seus recursos.
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