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Ségolene e Sarkozy trocam farpas na TV

Foram 3 horas de ataques mútuos, salpicados por alguns momentos de destempero por parte dos postulantes à liderança do país

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O ex-ministro do Interior Nicolas Sarkozy e a socialista Ségolène Royal se enfrentam nesta quarta-feira (2), em um debate televisivo que pode decidir a eleição presidencial francesa do próximo domingo - as últimas pesquisas dão vantagem ao conservador de 52,5% contra 47,5% para Royal.

O encontro de duas horas será exibido simultaneamente pelos dois maiores canais de televisão da França a partir de 21h (16h, horário de Brasília), e espera-se que seja visto por quase metade dos 44,5 milhões de eleitores do país.

Royal, de 53 anos, é primeira mulher em reais condições de se tornar presidente na França. Os dois deverão se esforçar para seduzir os eleitores ainda indecisos do centro, ou seja cerca de 1/3 (um terço) dos 6,8 milhões de pessoas que haviam votado em François Bayrou, terceiro colocado no primeiro turno.

Grande parte da campanha eleitoral com meses de duração foi moldada pelas contrastantes personalidades dos dois candidatos, mas os eleitores tiveram poucas oportunidades para uma comparação direta.

"Acho que será decisivo", disse o ex-presidente Valéry Giscard d'Estaign, autor do memorável "Você não tem o monopólio do coração" no debate da eleição presidencial de 1974 contra seu rival François Mitterrrand.

"Acredito que fui eleito por causa desse debate", disse ele à rádio "RTL" na quarta-feira.

Outros comentaristas duvidam que o debate altere o padrão geral dos últimos meses, com até 88 por cento dos eleitores dizendo-se já seguros de sua escolha e a liderança do direitista Sarkozy nas pesquisas inabalada desde o começo do ano.

E o próprio Sarkozy minimizou a importância do encontro. "Todo momento é decisivo, mas não sou o tipo de pessoa que dramatiza o significado do debate a esse ponto", disse ele à rádio "France Inter".

Mas os 20 milhões de espectadores -- audiência geralmente vista apenas em Copas do Mundo -- estarão esperando uma disputa avidamente lutada e de olho no tipo de frase de efeito ou gafe que possam ser lembradas anos depois.

O debate

Detalhes do debate, a ser moderado por dois dos mais proeminentes jornalistas da França, foram resolvidos após intensas consultas com as coordenações de campanha.

Para ambos os candidatos será uma chance de conquistar eleitores que seguiram a eleição com excepcional interesse e que comparecem em números recordes no primeiro turno, em 22 de abril. Mas para Royal poderia ser a última chance.

Sarkozy é um dos oradores mais fortes da política francesa, e as pesquisas mostram que mais gente acha que ele tem a estatura de um presidente.

"Debate televisivo: Royal aposta tudo contra Sarkozy", afirmou o diário empresarial "Les Echos" em sua manchete da primeira página.

Admirado por simpatizantes devido à sua dura posição sobre crime e imigração ilegal e sua defesa de uma "maioria silenciosa" de franceses trabalhadores, Sarkozy é odiado e temido por muitos à esquerda, que o classificam como perigoso e autoritário.

Royal, visando a se tornar a primeira mulher presidente da França com uma combinação de políticas econômicas de esquerda e valores sociais tradicionais, é vista como mais simpática às preocupações cotidianas, mas é freqüentemente ironizada como sendo um peso-leve.

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