Com 42,7% da população de origem latino-americana, a Califórnia reforçou sua escolha pelo Partido Democrata nas eleições de 2 de novembro em razão de um escândalo mal digerido envolvendo a candidata republicana ao governo estadual e sua ex-empregada doméstica.
Pesquisa encomendada pelo jornal Los Angeles Times e pela University of Southern California mostra que o democrata Jerry Brown tem 52% das intenções de voto para a sucessão do ator Arnold Schwarzenegger ao governo estadual. Sua oponente, Meg Whitman, ex-presidente da companhia eBay, tem 42%.
O caso da demissão de Nicandra Díaz Santillán por Whitman, para quem trabalhara como empregada doméstica de 2000 a 2009, já era conhecido pelo eleitorado. A então executiva alegara que Nicandra nunca havia mencionado ser uma imigrante ilegal no país. No dia 29, acompanhada pela promotora pública Glória Allred, a empregada apresentou à imprensa cópia de um documento enviado pelo governo norte-americano a Whitman e seu marido, em 2003, que os informava sobre a documentação falsa da moça.
Entre eleitores latino-americanos, a vantagem para o candidato democrata aumentou de 20 para 24 pontos, entre setembro e outubro, por causa dessa denúncia. Entre as mulheres, a margem de Brown cresceu de nove para 21 pontos. Novata na política, Whitman tem se valido de sua fortuna pessoal para financiar sua campanha ao governo. Conforme registrado no Comitê Federal Eleitoral, ela aportou US$ 141 milhões.
O caso não chegou a contaminar a disputa acirrada pela vaga da Califórnia ao Senado. A senadora democrata Bárbara Boxer segue oito pontos na frente da republicana Carly Fiorina, ex-presidente da Hewlett-Packard. Entre latinos, Boxer tem 60% das intenções de voto.