Washington - A quatro dias da eleição presidencial nos Estados Unidos, o candidato republicano John McCain está intensificando sua mensagem de vítima no crucial Estado de Ohio, atrás nas pesquisas mas prometendo que "nós voltaremos" com força à corrida presidencial contra o rival democrata Barack Obama. O Estado de Ohio tem 20 votos no Colégio Eleitoral que elegerá o próximo presidente dos EUA no dia 4 de novembro, os eleitores escolherão os delegados que irão ao Colégio Eleitoral em 15 de dezembro. As pesquisas indicam que Obama está na frente também em Ohio, e McCain quer reverter a vantagem do rival.
Obama abriu sua liderança nas pesquisas ao ligar, com insistência, McCain ao impopular presidente George W. Bush, um colega republicano que está sendo pesadamente culpado pela crise financeira americana. Os eleitores acreditam que Obama é o candidato mais qualificado para lidar com a difícil situação da economia americana.
Uma nova pesquisa feita entre a Associated Press e o Yahoo News mostrou Obama liderando sobre McCain entre os eleitores potenciais, com 51% das intenções de voto, enquanto o republicano está com 43%. A margem de erro da pesquisa é de três pontos porcentuais para mais ou para menos.
Em entrevista na manhã desta sexta-feira à ABC News, McCain acusou que as políticas econômicas que Obama propõe estão muito à esquerda do que é o padrão americano.
"Nós vamos lutar contra elas", disse McCain. "A política econômica do senador Obama está muito à esquerda da política americana e a nossa está no centro", disse McCain. "Ele quer aumentar os impostos para as pessoas isso está claro."
Obama afirma que, se eleito, apenas aumentará impostos para aqueles que ganham mais de US$ 250 mil por ano, e que reduzirá impostos para todos que ganham menos que isso segundo ele, 95% das famílias americanas.
Maratona eleitoral
Ontem, McCain percorreu o Estado de Ohio com seu ônibus pelo segundo dia seguido, fez uma parada e um comício em Hanoverton e em seguida foi para Columbus, com o governador da Califórnia, o ex-ator de Hollywood Arnold Schwarzenegger. Os dois estavam previstos para aparecerem juntos em um evento na noite de ontem em Columbus. Os estrategistas de campanha de McCain dizem que é crucial ele vencer em Ohio.
Já Obama atraiu o ex vice-presidente dos EUA e hoje ambientalista Al Gore para sua campanha, em uma carreata na Flórida. Em 2000 uma recontagem de votos muito polêmica que durou 36 dias deu a vitória ao então candidato a presidente George W. Bush sobre Al Gore, que era o candidato democrata. Bush venceu na "recontagem" da Flórida por apenas 537 votos. Enquanto Obama partiu para o meio-oeste dos EUA, Gore e sua esposa Tipper fizeram comícios ontem em Fort Lauderdale e hoje são previstos em West Palm Beach.
Obama visitou suas filhas em uma rápida parada em Chicago e foi para Indiana, outro estado onde a disputa está muito apertada com McCain.
Ele parou rápido em Des Moines, Iowa, onde fez um breve discurso, atacando a campanha negativa de McCain, a quem acusou de posar de vítima: "Há duas eleições (em 2000) existiu um candidato presidencial que rejeitou esse tipo de política e condenou essas táticas. E então eu o admirei. Ele disse eu não tomarei a estrada fácil para o maior cargo nesta Terra. Essas palavras foram ditas há oito anos por meu rival, John McCain. Mas a estrada mais longa não levou ele para a Casa Branca há oito anos, então desta vez ele decidiu tomar o outro caminho", atacou Obama.