Os líderes dos principais partidos britânicos vão atravessar o país à caça de votos nesta quarta-feira, véspera de uma eleição que, segundo duas pesquisas, deve ter resultados inconclusivos.
Uma delas sugere que o Partido Trabalhista, no poder desde 1997 e desgastado pela recessão e por um escândalo de gastos parlamentares que afetou todos os partidos, ainda pode assegurar a maior bancada no Parlamento.
O líder conservador David Cameron fez campanha durante a noite, e o primeiro-ministro Gordon Brown visitou ao amanhecer os trabalhadores de um mercado no norte da Inglaterra. Eles tentam cortejar um terço do eleitorado que ainda estaria indeciso.
"Esta é a eleição mais importante em uma geração, e eu não quis desperdiçar nenhuma hora do último dia e pouco, (por isso) saí por aí para convencer as pessoas da necessidade de mudança", disse Cameron à emissora GMTV.
Pesquisa YouGov para o jornal Sun sugeriu que o impulso dos conservadores arrefeceu, e que eles permanecem com 35 por cento das intenções de votos. Já o trabalhismo subiu para 30 por cento, suplantando definitivamente os liberais democratas, do carismático Nick Clegg, que perderam quatro pontos e ficaram em 24%.
As peculiaridades do sistema eleitoral distrital da Grã-Bretanha podem fazer com que, mesmo não sendo o partido mais votado, os trabalhistas formem maior bancada, ainda que sem maioria absoluta.
"Estou lutando para vencer", disse Brown à rádio BBC, insistindo que ainda acha possível formar a maioria. "Sou um lutador e não desisto."
Uma pesquisa ComRes para o jornal Independent mostrou um quadro eleitoral inalterado: vantagem de 8 pontos percentuais para os conservadores, que formariam a maior bancada, mas sem maioria absoluta.
Ambas as pesquisas, portanto, indicam um "Parlamento suspenso", em que o centrista Partido Liberal Democrata pode se tornar o fiel da balança. Desde 1974 a Grã-Bretanha não tem uma eleição inconclusiva, e o país não está acostumado às coalizões comuns em outros países europeus.
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