A epidemia de cólera no Haiti provocou a morte de 1.250 pessoas desde outubro, ou seja, mais 64 em relação ao informe anterior, de sexta-feira, informou ontem o Ministério da Saúde do país. O número de internações é de 20.687 e há 52.715 casos de contágio registrados, segundo a informação.
De acordo com o médico francês Gerard Chevalier, que trabalha com o ministério da Saúde haitiano, os números oficiais "subestimam" a quantidade real, no entanto. Milhares de haitianos vivem em campos de refugiados em péssimas condições sanitárias, após o terremoto de janeiro. Os esforços para conter a doença têm sido prejudicados nos últimos dias pelos confrontos entre manifestantes e as tropas da ONU, acusadas de levar a cólera para o país.
Eleições
A crise da doença no país fez com que quatro dos 19 candidatos às eleições presidenciais no país pedissem, no sábado, um adiamento da votação, prevista para o próximo domingo. Nenhum deles têm chances reais de vitória, segundo os institutos de pesquisa do país.
Os mesmos candidatos defendem ainda a criação de uma comissão independente para investigar a origem da epidemia. Os candidatos afirmam ainda que a comissão deve esclarecer as responsabilidades correspondentes das diferentes instâncias e denunciaram "vários sinais" que apontam para a Missão das Nações Unidas para a Estabilização do Haiti (Minustah).
Outros candidatos já defenderam a manutenção das eleições para 28 de novembro, para evitar novas crises políticas no país. "Não é razoável falar de adiamento. Estamos em um ponto no qual as pessoas estão preparadas para votar", afirmou a candidata Mirlande Manigat, considerada a favorita para suceder o presidente René Preval.