Os dois pré-candidatos socialistas a presidente da França tentaram convencer o eleitorado, nesta terça-feira, que podem se contrapor à globalização sem cederem às exigências de um popular político radical do partido.

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François Hollande e Martine Aubry, que disputam dentro de poucos dias o segundo turno da eleição primária do Partido Socialista, enfrentam a pressão de Arnaud Montebourg, que obteve um surpreendente terceiro lugar no primeiro turno, com 17% dos votos. Ele propõe que a França imponha um maior controle à cobiça dos bancos e reverta acordos de livre comércio como o firmado com a China.

Hollande, primeiro colocado na votação e considerado um esquerdista moderado, disse que nunca fez concessões nos seus princípios em 11 anos como líder do partido, e que não seria agora que daria um passo atrás.

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"Nunca fui a mosca que voa em torno dos potes de geleia para ver qual parece ser mais saborosa", disse ele à rádio France Info. "Não vou tirar lições de ninguém a respeito da minha posição."

Ele estudadamente evitou citar o nome de Montebourg, um advogado de 48 anos que parece ser o fiel da balança na próxima rodada da votação, no domingo.

Hollande há meses é visto como franco favorito para desafiar o presidente conservador Nicolas Sarkozy na eleição de 2012. Mas sua vitória sobre Aubry no primeiro turno foi menor do que se previa - 39 a 31% -, e é possível que a ex-ministra do Trabalho, considerada mais à esquerda do que seu rival, consiga mais votos entre os que preferiram Montebourg.

Mas na terça-feira Aubry também evitou fazer concessões. "Só proponho aquilo em que acredito, então não vou mudar", disse ela à TV France 2.

Aubry e Hollande se enfrentam em um debate televisionado na noite de quarta-feira.

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