Buenos Aires Não existem muitas semelhanças entre ambas, mas com o lançamento da candidatura presidencial da senadora e primeira-dama argentina, Cristina Fernández de Kirchner, a evocação da imagem de Eva Perón, a mulher mais importante da história política do país, foi inevitável. Tratando-se de duas mulheres peronistas, as comparações, alimentadas pela própria Cristina, tomaram a opinião pública. Em recentes viagens ao exterior, a candidata do governo de seu marido, o presidente Néstor Kirchner, disse sentir-se identificada com "a Eva Perón de coque e punho cerrado".
Resultado: em plena campanha eleitoral, Evita voltou a brilhar em grande estilo em revistas e jornais do país. Semana passada, o jornal "Perfil" publicou uma edição de 24 páginas com fotos da segunda esposa do general Juan Domingo Perón, que até hoje não haviam sido divulgadas. O material pertence à família do fotógrafo Pinélides Aristóbulo Fusco (1913-1991), que trabalhou com o casal entre 1948 e 1955.
Em 27 de julho passado, o governo Kirchner organizou um ato em homenagem à segunda esposa de Perón, exatamente 55 anos após sua trágica morte. A candidata do governo foi a grande estrela do evento, que reuniu mais de 2.500 pessoas no município de Berazategui, na província de Buenos Aires. Cristina lembrou da Evita de sua juventude, de sua militância política e também da Evita "dos silêncios, da longa noite da ditadura (1976-1983)".
"Existe também uma Evita de novas significações, não na liturgia dos discursos vazios, mas sim na obra de governo, que é onde ela deve ser honrada", assegurou a primeira-dama argentina.
Em tom enérgico, Cristina defendeu a "Eva da vitória sobre os ridículos que pretendem desconhecer a inteligência do povo quando tentam nos convencer de que tudo está mal".
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