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Estados Unidos

Cansaço salvou maratonista; leia relato de brasileiros em Boston

Sangue e destruição após as explosões das bombas em Boston | Jessica Rinaldi/Reuters
Sangue e destruição após as explosões das bombas em Boston (Foto: Jessica Rinaldi/Reuters)

Chegando perto do final do percurso de 42 quilômetros da Maratona de Boston, a economista Fabiana Tito, de 32 anos, começou a sentir uma dor no abdômen, de cansaço. Ela resolveu desacelerar, ao lado de sua amiga, a também economista brasileira Tatiana Farina.

O cansaço salvou a vida delas. As duas estavam a um quilômetro da linha de chegada quando ouviram a explosão das bombas nas proximidades da linha de chegada da prova.

A mãe de Fabiana, Elza, acompanhava a corrida da filha pelo página oficial da corrida na internet (cada corredor tem um chip), e ficou desesperada.

Pela internet, a filha estaria passando na linha de chegada justo na hora da explosão. "Ainda bem que resolvemos dar uma andada. Se eu tivesse mantido o ritmo, estaria na linha de chegada na hora da explosão", contou Fabiana, por telefone.

Segundo sua amiga Tatiana, logo depois da explosão, todo mundo começou a se embolar e a polícia veio interromper a corrida. "Tinha muita gente chorando, ninguém sabia direito o que estava acontecendo".

Pouco após as explosões perto da linha de chegada, uma terceira atingiu a biblioteca pública John F. Kennedy, também na região. Um quarto artefato teria sido encontrado em outro ponto da mesma rua e detonado pelo esquadrão antibombas da cidade.

No quarto do hotel

O gerente de vendas Marcos Bigongiari disse que acabou a prova de Boston 40 minutos antes da explosão.

"Terminei a prova com cerca de 3h20. Fui para o hotel, que fica a 500 metros da linha de chegada. Cerca de 40 minutos depois, ouvimos barulho: ambulâncias, sirenes", disse. "Até que é normal após a maratona ter ambulâncias por causa de pessoas que passam mal. Mas começamos a ver na TV o que tinha acontecido e, da janela, deu para ver uma movimentação", completou.

Bigongiari comentou que não percebeu nenhum clima hostil antes ou mesmo durante a prova. Nem nesta edição nem a de 2012, a primeira que participou.

"A maratona de Boston é uma grande confraternização. Não é qualquer pessoa que entra em Boston. Você tem que ter um tempo bom para poder se inscrever. Então a cidade para. Não dá para entender um atentado assim, num evento totalmente esportivo, não é um evento político", afirmou. "Conversei com as pessoas da minha equipe (MPR) e estão todos bem. São 21 brasileiros da minha equipe que vieram correr".

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