Os norte-americanos estão cansados da guerra no Iraque e duvidam que algum dia haverá a vitória, mas permanecem divididos em relação à promessa do presidente George W. Bush nesta quinta-feira de manter o curso no país árabe, mesmo com as novas evidências de que há poucos avanços no local.

CARREGANDO :)

"Não aguento mais. Vamos ganhar o quê?", perguntou a gerente de restaurante Stephanie Laycock, 36, que diz ter sido contra a guerra desde o princípio.

Uma pesquisa USA Today/Gallup mostrou nesta semana que sete em cada dez americanos são a favor da retirada de praticamente todos os soldados dos EUA do Iraque até abril de 2008, e várias sondagens indicam que os níveis de popularidade de Bush são os mais baixos de sua presidência.

Publicidade

Bush disse numa entrevista coletiva que o reforço de contingente determinado por ele obteve poucos avanços no Iraque, mas vai esperar o relatório a ser apresentado em setembro pelo general David Petraeus e pelo embaixador Ryan Crocker antes de pensar em mudar o curso da política.

"Teremos ... uma visão mais clara de como a nova estratégia está funcionando, e estaremos numa posição melhor para julgar se precisamos fazer algum ajuste", declarou Bush.

A posição de Bush dividiu os norte-americanos. "Não estou muito surpreso; ele sempre foi um líder teimoso nessa questão e não acho que ele vá ouvir ninguém," afirmou Tom McAuliffe, 57, banqueiro.

A voluntária de hospital Sally Kessler, 74, não concorda. "Acho que ele está fazendo um ótimo trabalho. Essa gente quer nos pegar, e se recuarmos eles virão atrás de nós aqui", disse ela, que votou em Bush.

O músico de Chicago Dave Cavalier, que tem um irmão de 24 anos lutando no Iraque, declarou que os EUA deveriam planejar a retirada dos soldados. "Vai ficar cada vez mais perigoso," disse Cavalier, 20. "Acho que estamos todos chegando à conclusão de que perdemos essa guerra."

Publicidade

"As coisas estão piores", comentou Abbas Al-Daraji, um motorista de caminhão de origem iraquiana que mora nos EUA há dez anos, mas que tem família no Iraque. "As pessoas não estão felizes nem seguras. O governo iraquiano é melhor que Saddam. É bom que tenhamos nos livrado de Saddam. Mas eles não fizeram mais nada depois", disse Daraji, 32.