Em meio ao ataque contra o líder do Estado Islâmico, houve o seguinte: pelo menos um cão militar que perseguiu Abu Bakr al-Baghdadi por um túnel antes de ele detonar um colete suicida e morrer.
O interesse sobre o cão começou a crescer depois que o presidente americano Donald Trump divulgou que Baghdadi morreu durante uma ação das Operações Especiais dos EUA e que o cão foi ferido. O ataque foi realizado por membros de elite da Delta Force e do Army's 75th Ranger Regiment, de acordo com várias autoridades americanas com conhecimento da operação.
"Nosso canino, como eles chamam - eu chamo de cão, um lindo cão, um talentoso cão - foi ferido e trazido de volta", disse o presidente Donald Trump.
Na segunda-feira, o Pentágono não divulgou detalhes sobre o cão secreto, incluindo seu nome e histórico. Mas em uma nação em que quase metade dos habitantes possui um cachorro, de acordo com uma pesquisa da Gallup, era improvável que isso continuasse assim. O cão foi levado para o centro das atenções.
Na segunda-feira, Trump impulsionou a história, tuitando uma fotografia antes confidencial do agente especial peludo - um pastor-belga Malinois - em um colete blindado. Na imagem, suas orelhas estavam em alerta e sua língua para fora - e parecia que o Bom Garoto Secreto poderia na verdade ser uma Boa Garota Secreta.
"Nós tornamos pública uma foto do cão maravilhoso (nome confidencial) que fez um GRANDE TRABALHO ao capturar e matar o líder do ISIS, Abu Bakr al-Baghdadi!" Trump escreveu.
A decisão veio após quase um dia inteiro de debate no Pentágono sobre o quanto revelar sobre o cão.
Três funcionários dos EUA, que falaram sob condição de anonimato, disseram na segunda-feira de manhã que a identidade do cão era confidencial devido à sua afiliação a uma unidade confidencial. A divulgação do nome, disseram eles, traria o risco de identificar os agentes aos quais ele foi designado.
Ao meio-dia, o principal general do Pentágono estava respondendo perguntas em uma entrevista coletiva sobre o valioso cão. "Não estamos divulgando o nome do cachorro no momento", disse o general do Exército Mark Milley, presidente do Estado-Maior Conjunto. "O cachorro ainda está em ação."
Milley, ao lado do secretário de Defesa Mark Esper, disse que o cachorro "prestou um serviço tremendo, como todos fazem". Ele saiu "levemente ferido, está em plena recuperação" e retornou ao seu cuidador.
"Ainda não vamos divulgar fotos ou nomes de cães ou qualquer outra coisa", disse Milley. "Para proteger a identidade dele", interrompeu Esper. "Para proteger a identidade do cão", concordou Milley.
Autoridades dos EUA disseram a vários jornalistas após a entrevista coletiva qual era a raça do cão - comum nas Operações Especiais, onde o pastor-belga Malinois é valorizado por sua inteligência, atletismo e ferocidade quando necessário. Em seguida veio o tuíte de Trump.
A participação do cão na operação acrescenta um novo herói à tradição militar. Ele segue as pegadas de Cairo, que participou da incursão dos Navy SEALs que matou Osama bin Laden em 2011, mas os cães atuam nas forças armadas há décadas.
Embora o cão tenha saído ferido desta recente ação, ele não será elegível para uma medalha por bravura. As forças armadas dos EUA costumavam reconhecer caninos por serviços excepcionais como esse, mas suspenderam a prática em meio a reclamações de que isso desvalorizava o serviço de seres humanos, de acordo com o histórico de cães que trabalham com o Exército. Outros países, como o Reino Unido, ainda condecoram cães por bravura.