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Caos expõe fracasso de estratégia europeia diante da crise de refugiados

Imagem aérea de Calais, no dia 16 de agosto, mostra a “selva” do acampamento que acolhe os refugiados | Philippe Huguen/AFP
Imagem aérea de Calais, no dia 16 de agosto, mostra a “selva” do acampamento que acolhe os refugiados (Foto: Philippe Huguen/AFP)

A situação no acampamento de refugiados na cidade francesa Calais expõe o fracasso na estratégia europeia ante o fenômeno migratório. Em apenas um trimestre, a população quase dobrou e já chega a dez mil moradores, que se misturam a ratos, serviços de má qualidade e disputas étnicas.

Os imigrantes tentam atravessar o Canal da Mancha para o Reino Unido. Dois meses após os eleitores britânicos votarem pela saída da União Europeia (UE), multiplicam as vozes na França daqueles que exigem que Londres se responsabilize pelo problema.

A prefeitura trabalha com um contingente de 6,9 mil migrantes e afirma que em junho havia 4,5 mil, de acordo com o jornal El País. A Associação para a Acomodação de Imigrantes eleva o número para 9.106, enquanto o sindicato policial Alliance diz que chegará a dez mil nos próximos dias.

O governo francês fracassou na tentativa de pôr fim ao acampamento. A parte sul do assentamento foi esvaziada em fevereiro, mas já foi reocupada por tendas e barracos.

Em meio ao caos e ao insuficiente policiamento, a maioria dos centenas de agentes se dedicam a impedir que imigrantes subam em caminhões com destino ao Reino Unido — dois imigrantes morreram nos últimos dois meses.

As brigas também são constantes. Na semana passada, cerca de 400 afegãos entraram em confronto com sudaneses deixando um morto e seis feridos graves.

A polícia, por meio de seus sindicatos, diz que a situação está “pior do que nunca” e quer uma maior contribuição dos britânicos. Pré-candidato nas próximas eleições, o ex-presidente Nicolas Sarkozy propôs renegociar os acordos de Touquet, com o qual França e Reino Unido concordaram que Paris controle os imigrantes em Calais em troca de uma soma — agora de 80 milhões de euros por ano — aportada por Londres.

Na campanha para as eleições presidenciais do próximo ano, Calais voltará a ser uma arma como um mau exemplo da política de imigração. Foi nesta região que a candidata Marine Le Pen, presidente da ultradireitista Frente Nacional, ganhou 42,2% dos votos na disputa regional do ano passado.

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