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Enviado especial

Gazeta do Povo fará cobertura da eleição venezuelanaDa Redação

A partir de amanhã e até o desfecho da eleição venezuelana, que ocorre no domingo que vem, a Gazeta do Povo publica uma série de reportagens especiais, produzidas pelo editor de Mundo, Celio Martins, que está em Caracas para acompanhar a disputa entre o presidente Hugo Chávez, que tenta reeleição, e Henrique Capriles.

A primeira reportagem falará sobre os problemas de segurança pública, apontada como a principal preocupação do eleitorado da Venezuela. O material terá ainda uma entrevista exclusiva com Roberto Briceño León, diretor do Observatório Venezuelano de Violência.

Durante a cobertura, haverá ainda a coluna Retratos da Venezuela, em que o enviado especial escreve sobre eventos marcantes na semana que antecede o pleito no país.

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Preferência

"Se eu fosse dos EUA, votaria em Obama’’, diz o presidente ChávezFolhapress

Com os dois presidentes (nos EUA e na Venezuela) enfrentando disputas acirradas à reeleição, Hugo Chávez afirmou ontem endossar Barack Obama. "Eu espero que isso não o prejudique, mas, se eu fosse dos EUA, votaria em Obama’’, disse o socialista Chávez sobre um homem a quem inicialmente pediu ajuda em 2009, mas que, desde então, costuma insultar.

Chávez busca um novo mandato de seis anos contra Henrique Capriles no próximo fim de semana e Obama busca a reeleição em novembro contra o candidato republicano Mitt Romney, a quem Chávez chamou de "uma coisa verdadeiramente irracional". "Obama há pouco disse algo muito racional e justo: a Venezuela não é nenhuma ameaça para os interesses dos EUA", declarou. "Obama é um bom sujeito... Acho que, se Obama fosse de Barlovento ou algum bairro de Caracas, votaria em Chávez", disse o presidente à tevê, em referência a uma pobre cidade costeira conhecida por sua população de raízes africanas.

Embates

Chávez é um dos críticos mais contundentes contra Washington e seus 14 anos de mandato foram caracterizados por brigas diplomáticas e insultos à Casa Branca. EUA e Venezuela não têm embaixadores mútuos desde 2010. Na entrevista, o venezuelano disse esperar que, depois de ambas as eleições, "possa começar um novo período de relacionamento normal" entre os países.

O rival de Hugo Chávez na disputa pela Presidência da Venezuela, Henrique Ca­­pri­­les, criticou, em um megacomício realizado ontem na capital Caracas, o patrocínio dado ao desfile da escola de samba Vila Isabel em 2006.

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Naquele ano, a agremiação foi campeã do Carnaval carioca com um enredo alusivo à integração dos povos­­ latino-americanos, batiza­­do de "Soy Loco por Ti, Ame­­rica", com patrocínio da estatal venezuelana de petróleo, a PDVSA.

O patrocínio foi de cerca de R$ 1 milhão. Na época, a escola declarou ter gasto cerca de R$ 3,5 milhões para levar à avenida seus 4 mil componentes e uma alegoria de 13 metros de altura representando Simón Bolívar, herói da independência venezuelana e ídolo de Chávez.

O candidato da oposição citou o patrocínio em uma listagem de gastos que considerou "fúteis", entre eles o financiamento de um "estudo sobre o Rio Hudson", a doação de lâmpadas econômicas para a Guatemala e a doação de US$ 100 milhões para a Presidência de Honduras.

Capriles reuniu ontem milhares de pessoas na Ave­­nida Bolívar, uma das principais vias de Caracas, neste que foi um de seus últimos comícios.

No palanque, o opositor­­ prometeu aumentar o salário mínimo e acabar com o que chamou de "entrega" dos recursos gerados pelo petróleo e zombou da ligação que Chávez faz entre ele e Bolívar (1783-1830).

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"Vocês sabem qual é a ideologia aqui: progredir. Investir os recursos daqui para gerar oportunidades para os venezuelanos." "Se você pensa ser um outro Bo­­lívar, você tem esse direi­­to, mas deixe-me dizer que Bolívar é um só, e é de todos. Você [Chávez] não se comporta como presidente de todos, e eu, sim, quero ser presidente de todos."

Levando um rosário no pescoço, Capriles também mencionou a morte de três pessoas em um outro evento de campanha seu, ontem, e prometeu "derrotar a violência na Venezuela". "Não havia porque morrerem esses três jovens, produto da intolerância. Em 8 de outubro vamos construir um país de paz, e os derrotados vão ser os violentos", afirmou.

Mortes

As três pessoas morreram em um ataque realizado contra partidários da oposição venezuelana, ontem, em Barinas, a cidade natal de Hugo Chávez. Três supostos atiradores foram presos.

Segunfo afirmou Capri­­les em seu discurso, as ví­­timas­­ foram mortas quando a caravana de que participavam, na região rural da cidade, foi atacada a tiros. Partidários dele afirmaram que os suspeitos presos são funcionários do Ministério do Ambiente e da Polícia Re­­­­gional de Barinas, o que não foi confirmado pelo governo.

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Os simpatizantes de Chá­­vez reagiram, classificando a acusação de "irrespon­­sá­­vel".

O ministro do Interior, Ta­­reck el Aissami, identifi­­cou duas das vítimas como­­ Omar Fernández, 63, e Anto­­nio Valero, 32, mortos no local. O terceiro morreu horas mais tarde, e ainda não foi identificado.