O líder opositor Henrique Capriles demonstrou força em Caracas faltando exatamente uma semana para as eleições presidenciais na Venezuela com um grande evento no qual afirmou que o candidato governista, Nicolás Maduro, que liderou diversas ações pelo país, está se desmoronando.

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Com um rosário no pescoço e uma camisa vermelha, Capriles se apresentou diante de dezenas de milhares de pessoas na capital, que se mobilizaram desde as primeiras horas do dia. Dizendo que as promessas não cumpridas do presidente morto Hugo Chávez serão uma realidade com ele no governo, o opositor foi às ruas pedir votos.

"Nosso povo foi abrindo os olhos e foi dando conta do que está acontecendo, que as coisas como estão hoje não têm nenhum lado positivo. Essa candidatura desabou e está em queda", disse Capriles em discurso de campanha em Caracas.

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Embora as pesquisas divulgadas apontem uma desvantagem de dez a 20 pontos percentuais, Capriles garantiu que vencerá. Nesse sentido, ele pediu que seus seguidores não deem a eleição como perdida.

O opositor explicou que há 20 dias não prometeu que seria eleito porque o país estava abalado pela morte de Chávez, mas reiterou que aos poucos o país "vai despertando".

No discurso de pouco mais de uma hora, Capriles lembrou de projetos inacabados e acusou o Governo de mentir. Nos últimos dias, os governistas afirmaram que uma vitória da oposição representaria a perda de programas sociais.

O candidato prometeu ainda que os médicos cubanos, símbolo dos programas de saúde aplicados por Chávez em colaboração com Havana poderão nacionalizar-se se desejarem.

"Se houver um médico cubano que esteja prestando um serviço à nossa população, como eu sei que há muitos, e quiser a nacionalidade venezuelana, eu vou dar a nacionalidade venezuelana porque eu vou convidá-los a serem cidadãos de um país onde há democracia", prometeu.

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Capriles também dedicou espaço para atacar Maduro diretamente acusando-o de ser um vagabundo. Segundo ele, quando era motorista de ônibus, o adversário não trabalhava.

Por sua vez, o candidato do Governo continuou hoje o percurso pelo interior do país com eventos em Apure, Guárico e Nueva Esparta.

A quatro dias para o final da campanha, Maduro anunciou uma grande ação para Caracas na próxima quinta-feira. Repetindo o que Chávez fez nas eleições de 7 de outubro do ano passado, ele anunciou que respeitará os resultados do pleito.

"Eu, Nicolás Maduro, filho de Chávez, operário, próximo presidente da república, candidato deste povo respeitarei em nome desta Constituição os resultados eleitorais e a decisão que for tomada pelo povo no domingo, seja ela qual for, e vocês me acompanharão nisso, certo?", exclamou.

Reiterando ser "filho de Chávez" e que manterá o legado do presidente morto, o candidato governista pediu aos outros aspirantes à Presidência que se manifestem e digam se respeitarão os resultados, "especialmente o candidato da burguesia".

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Os responsáveis pela campanha governista não contêm a euforia e já dão por vencidas por Maduro as eleições que definirão o presidente da Venezuela até 2019.

"Não caiamos em triunfalismos, mas a esta altura a sorte já está lançada, o único inimigo que temos é que caindo no triunfalismo não levemos ao máximo a tensão de nossas forças", disse neste domingo o chefe de campanha do presidente interino, Jorge Rodríguez.