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Venezuela

Capriles vai pedir a impugnação da eleição

Capriles diz ter poucas esperanças com o Supremo Tribunal | Tomas Bravo/Reuters
Capriles diz ter poucas esperanças com o Supremo Tribunal (Foto: Tomas Bravo/Reuters)

O candidato venezuelano derrotado na última eleição presidencial Henrique Capriles anunciou ontem que deve apresentar ao Supremo Tribunal de Justiça do país um pedido de impugnação dos resultados eleitorais nos primeiros dias de maio.

O atual governador do Estado de Miranda disse à imprensa que "em qualquer desses dias antes de 6 de maio" espera apresentar o recurso de impugnação das eleições, ainda que tenha admitido ter poucas esperanças de conseguir uma decisão favorável no Supremo Tribunal, cujos membros foram apontados como simpatizantes do governo. O prazo máximo para apresentar o recurso de impugnação ao Supremo Tribunal é de 15 dias úteis após a eleição.

Certeza

"Não tenho nenhuma dúvida de que isso vai terminar em instâncias internacionais e que mais cedo ou mais tarde nosso país terá uma nova eleição. Tenham os venezuelanos, nosso povo, confiança e fé de que a mentira, por mais que tentem sustentá-la, a mentira é sempre muito frágil e sempre terminará cedendo à verdade", disse Capriles em um ato em Miranda.

No dia 14 de abril, Capriles foi derrotado por uma estreita margem de 200 mil votos pelo herdeiro de Chávez, Nicolás Maduro, que obteve 7,5 milhões de votos.

Acusação

Autoridades venezuelanas acusaram formalmente um cineasta norte-americano no sábado por estimular uma onda de violência após a eleição no país. Segundo as autoridades, Timothy Tracy, de 35 anos, foi pago por grupos de direita para fomentar tumultos pós-eleitorais em nome da inteligência dos EUA.

O Ministério Público da Venezuela disse que Tracy, de West Hollywood, na Califórnia, foi acusado de crimes que incluem conspiração, associação para fins criminosos e uso de documento falso.

Ordem

Na última quinta-feira, o presidente Nicolás Maduro disse que ordenou pessoalmente a prisão de Tracy por suspeita de ter alimentado a "violência em cidades deste país" após a disputa presidencial.

Amigos de Tracy dizem que o cineasta é inocente e o descrevem como um documentarista independente sem objetivos políticos ou laços com o governo. O governo dos EUA também disse que Tracy é inocente, mas não quis comentar os detalhes de seu caso. O Ministério Público disse que um juiz ordenou a prisão de Tracy até segunda ordem.

PresoGeneral venezuelano se torna réu por acusação de estimular a violência

Reuters

Um general da reserva se tornou ontem réu pela acusação de estimular a violência pós-eleitoral na Venezuela.

Antonio Rivero, membro do movimento Vontade Popular, foi preso no fim de semana, e líderes da oposição dizem que ele é o primeiro preso político do recém-empossado governo de Nicolás Maduro.

As autoridades o acusam de estar por trás de distúrbios ocorridos um dia depois da eleição presidencial de 14 de abril, cujo resultado foi contestado pela oposição. Segundo o governo, os protestos representaram uma tentativa de golpe e deixaram nove mortos.

Rivero foi aliado do falecido presidente socialista Hugo Chávez até 2008. As autoridades apresentaram um vídeo em que ele aparece ajudando a coordenar os manifestantes nas ruas de Caracas.

"Isso é parte da perseguição que o governo tem realizado, para espalhar o medo", disse Henrique Capriles. "Se eles continuarem assim, terão de prender 8 milhões de venezuelanos."

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