Caracas (Reuters/ Folhapress) O presidente da Venezuela, Hugo Chávez, anunciou ontem que um adido militar norte-americano será expulso do país por suspeitas de cometer espionagem junto com um grupo de oficiais locais. A expulsão do adido torna ainda piores as relações entre os Estados Unidos e a Venezuela, importante fornecedor de petróleo para os norte-americanos. "Decidimos declarar persona non grata, ou, como dizemos aqui, expulsar do país um oficial militar na missão (diplomática) dos EUA, por causa de espionagem", disse Chávez durante cerimônia que celebrou seu sétimo aniversário de governo. "Declaramos persona non grata ao capitão na Marinha dos EUA John Correa, que deve deixar o país imediatamente", acrescentou.
Ele disse que todos os adidos militares dos EUA serão expulsos se qualquer um deles for apanhado realizando espionagem. Os EUA negaram que isso tenha ocorrido. "Vamos responder por meio dos canais diplomáticos", disse o porta-voz do Departamento de Estado Kurtis Cooper, referindo-se à carta recebida em 30 de janeiro pelos EUA sobre o caso Correa. "Nenhum dos adidos dos EUA estava envolvido em atividades inadequadas", acrescentou. Chávez, sólido aliado de Cuba, tornou-se ídolo da esquerda latino-americana por suas críticas ao governo Bush, a quem acusa de participação na tentativa de golpe ocorrida em 2002. Os EUA negam participação no episódio e dizem que Chávez se tornou um líder autoritário, que usa a riqueza do petróleo para desestabilizar a região e interferir nos assuntos de seus vizinhos. As autoridades venezuelanas disseram na semana passada ter "evidências confidenciais" de que funcionários da embaixada dos EUA em Caracas estavam envolvidos com um grupo de oficiais venezuelanos acusados de transmitir segredos de Estado para o Departamento de Defesa em Washington.
Já o diretor de inteligência nacional, John Negroponte, acusou a Venezuela de estreitar laços com a Coréia do Norte e o Irã que, para os EUA, fazem parte do "eixo do mal".
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