Guarda nacional inspeciona comitê eleitoral depois de um incêndio em Maracaibo| Foto: Isaac Urrutia/Reuters

Escuro

Apagão afeta início de reunião de chanceleres da Unasul na Venezuela

Dois incêndios no Cerro del Avila, montanha que separa Caracas da costa do Caribe, deixaram sem eletricidade setores do centro da capital venezuelana na manhã de ontem, segundo informou o Ministério de Energia Elétrica do país. O ministro da pasta não descartou que os incêndios tenham sido causados por ação criminosa. "A forma como ocorreu este fato nos faz supor que foi algo provocado", declarou Jesse Chacón. A falta de energia afetou a reunião dos chanceleres da União das Nações Sul-Americanas (Unasul), que começaram a discutir ontem a situação venezuelana.

O encontro para debater a violenta onda de protestos no país teve início às escuras. Os ministros das Relações Exteriores e representantes dos 12 países que formam o bloco tiveram de subir de escada três andares no hotel Meliá, onde acontece o encontro, ajudados por funcionários com lanternas.

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35 mortes foram confirmadas nos protestos na Venezuela pelo presidente Nicolás Maduro, que atribuiu as mortes às barricadas. As manifestações começaram no dia 12 de fevereiro.

Presidente Maduro se reúne com os chanceleres da Unasul

O presidente da Venezuela, Nicolás Maduro, afirmou ontem que foram detidos três generais da Força Aérea que, segundo ele, pretendiam colocar os militares contra o governo para realizar um golpe de Estado.

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Maduro disse que os três foram colocados à disposição dos tribunais militares.

"Ontem [segunda-feira] à noite capturamos três generais que estávamos investigando graças à poderosa moral da nossa Força Armada Nacional Bolivariana. São três generais que pretendiam levantar a Força Aérea contra o governo", disse o presidente.

Maduro acrescentou que a descoberta da tentativa de golpe foi possível devido à "consciência dos oficiais, os mais jovens, generais, tenentes-coronéis, que vieram alarmados denunciar que eles estavam sendo convocados para realizar um golpe de Estado no país".

Segundo o presidente, o grupo capturado tem vínculos diretos com setores da oposição e dizia que esta semana seria "decisiva" para o seu suposto intento.

Maduro deu a informação durante a reunião com chanceleres da União das Nações Sul-Americanas (Unasul) no Palácio Miraflores, sede do governo venezuelano.

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O encontro foi convocado para discutir a situação no país, que enfrenta protestos contra o governo. A identidade dos generais detidos não foi divulgada.

Não é a primeira vez que o governo acusa a oposição de tramar um novo golpe, a exemplo do que tentou promover contra o ex-presidente Hugo Chávez em 2002.

Nas últimas semanas, no entanto, o cerco a lideranças opositoras vem aumentando.

Na segunda-feira, a deputada María Corina Machado foi cassada sumariamente pelo presidente da Assembleia Nacional, Diosdado Cabello, por ter aceitado convite do Panamá para falar sobre a situação da Venezuela numa sessão da OEA (Organização dos Estados Americanos). Ela disse em Lima (Peru) que não teme ser presa.

Maduro disse ontem que já são 35 os mortos devido a protestos no país desde o dia 12 de fevereiro.

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