Os partidos políticos e as organizações não-governamentais (ONGs) da Venezuela não vão poder mais receber financiamento internacional e serão alvo de sanções se trouxerem convidados estrangeiros que critiquem as instituições nacionais, segundo uma lei de defesa da soberania aprovada pela Assembleia Nacional. A norma foi aprovada na noite desta terça-feira (22) em meio a críticas dos opositores, que acusaram o governo do presidente Hugo Chávez de promover regulações para limitar a dissidência.

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A lei impede que partidos e ONGs recebam aportes financeiros de organismos estrangeiros e estabelece multas e até a dissolução das entidades que trouxerem convidados estrangeiros que "emitam opiniões que ofendam as instituições do Estado, seus altos funcionários ou atentem contra o exercício da soberania".

A deputada da situação Marelis Pérez, vice-presidente da Assembleia Nacional, disse ontem durante seu discurso que deve ser respeitada a defesa da soberania e também o princípio da não intervenção em assuntos internos do país. Já o deputado opositor Juan José Molina afirmou em sua página no Twitter que a lei "criminaliza e persegue a oposição democrática". Segundo ele, recursos vindos de outros países foram utilizados por ONGs para melhorar as condições de muitas comunidades.

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Também foi aprovada ontem uma lei que impede os deputados de abandonar seus partidos e passar para a dissidência. Caso algum congressista faça isso, ele pode ser suspenso ou mesmo perder o posto. "Estão pondo uma camisa-de-força nos parlamentares que estão por vir", criticou o deputado oposicionista Ismael García.

A reforma pode entrar em vigor no início de 2011, quando começar a legislar a nova Assembleia Nacional, onde a situação tem 98 deputados e a oposição, 67. Entre 2007 e 2009, 12 congressistas romperam com o governo, o que acabou com a maioria absoluta da administração na Assembleia Nacional por quase dois anos. As informações são da Associated Press.