Peshawar - Um carro-bomba devastou uma rua movimentada, na cidade paquistanesa de Peshawar, no noroeste do país, ontem, matando pelo menos 18 pessoas e ferindo dezenas de outras. A escalada de violência no noroeste do Paquistão, ao mesmo tempo em que o país enfrenta crescente tensão com a Índia após os atentados terroristas em Mumbai, levanta preocupações sobre a estabilidade do país, que tem armas atômicas.
A explosão de ontem, a primeira desde as ações que mataram 172 pessoas em Mumbai, na semana passada, aconteceu perto do famoso Bazar dos Contadores de Histórias. Uma mesquita e um hotel foram destruídos, e a explosão deixou uma fila de carros e lojas em chamas.
Além da tensão na Caxemira, no sul do país, onde age o grupo Lashkar-e-Taiba, responsabilizado por investigadores indianos pelas ações em Mumbai, o Paquistão enfrenta o aumento da violência no noroeste. Forças paquistaneses têm acelerado as operações contra os refúgios do Taleban, grupo fundamentalista que comandava o Afeganistão, e da rede terrorista Al-Qaeda na região de fronteira, onde os militantes têm lançado crescentes ataques aos dois países.
A zona fronteiriça é considerada um provável esconderijo do líder da Al-Qaeda, Osama bin Laden. A região é também afetada pelas tensões sectárias entre xiitas e sunitas muçulmanos, que fizeram das mesquitas alvos preferenciais de ataques.
Sob pressão dos americanos, que apontam o Paquistão como base de insurgentes que atacam as tropas da Organização do Tratado do Atlântico Norte (Otan) no Afeganistão, o presidente paquistanês Asif Ali Zardari lançou uma ofensiva militar contra áreas tribais do país. Zardari assumiu em setembro, dizendo que estava determinado a livrar a sociedade do terrorismo.