Ao menos seis pessoas morreram e cerca de 40 ficaram feridas ontem na explosão de um carro-bomba na cidade de Buenaventura, na Colômbia, em um atentado sob suspeita de execução por guerrilheiros das Forças Armadas Revolucionárias da Colômbia (Farc) ou por traficantes de drogas.
O ataque ocorreu por volta das 9h30 (7h30 no horário de Brasília). Segundo as investigações iniciais, um veículo com 40 quilos de explosivos foi ativado durante a passagem de um carro da polícia, nas imediações das sedes do Ministério Público e da prefeitura locais.
O chefe das Forças Armadas da Colômbia, general Freddy Padilla, e o governador local, Juan Carlos Abadía, atribuíram o atentado às esquerdistas Farc, a principal guerrilha da Colômbia. Segundo eles, o objetivo é desestabilizar o processo eleitoral para a escolha do sucessor do presidente Álvaro Uribe o primeiro turno será em 20 de maio.
"Esses bandidos precisam praticar atos terroristas que causem distração, pretendem gerar um ambiente de medo porque Buenaventura é o principal porto do país, disse o governador Juan Carlos Abadía.
Versões
Já o Ministério Público levantou outras duas hipóteses para o ataque: disputa entre traficantes rivais ou reação do tráfico a episódios recentes de repressão à atividade pela Promotoria e pela polícia. "Pelo lugar do atentado (perto da Promotoria e da prefeitura), dá a impressão de ser retaliação, disse o procurador-geral da República, Guillermo Diago.
A Defensoria Pública colombiana alertou recentemente sobre possíveis ataques em Buenaventura, localizada 550 km a oeste de Bogotá.
Alvo de uma série de atentados desde 2005, a região é visada por guerrilheiros, paramilitares e narcotraficantes por sua posição privilegiada no oceano Pacífico, como rota estratégica para envio de drogas ao México e aos EUA. Na última segunda-feira, as Farc incendiaram sete caminhões na estrada que liga a cidade ao centro do país.