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Carro elétrico conquista ruas de Paris

Carros podem ser retirados em qualquer uma das estações Autolib’ | Divulgação
Carros podem ser retirados em qualquer uma das estações Autolib’ (Foto: Divulgação)

Paris comemorou no final de 2012 o primeiro aniversário de uma alternativa inédita e audaciosa em mobilidade urbana. Numa parceria com a iniciativa privada, a capital francesa colocou nas ruas em escala nunca antes vista no mundo, o carro elétrico.

O nome dessa revolução silenciosa é Autolib’ – um termo criado a partir das palavras automóvel e liberdade – um serviço de compartilhamento de veículos.

Com grande aprovação da população, o projeto mostrou não apenas a viabilidade de um sistema de locação de automóveis, mas a confiabilidade dos veículos movidos a bateria nas grandes cidades.

O Autolib’ é um sistema de livre serviço semelhante ao das bicicletas – o Velib’ – onde, mediante uma assinatura, é possível retirar um veículo em uma estação de atendimento e depois devolver em qualquer outro ponto da rede.

O Bluecar, como é chamado, têm uma autonomia de 250 quilômetros, o suficiente para circular entre Paris e qualquer uma das outras 46 cidades da região Île de France, onde o serviço está disponível.

O sistema atingiu a marca de 820 mil locações no primeiro ano de funcionamento graças a facilidades, como as diferentes opções de assinatura, disponibilidade 24 horas por dia, possibilidade de reservar pela internet um carro ou uma vaga para estacionar e locação para turistas – desde que possuam a carteira internacional de motorista.

Para colocar em movimento o projeto, a prefeitura parisiense escolheu o Grupo Bolloré, que figura entre as 500 maiores companhias do mundo. Criado em 1822 na região da Bretanha, o grupo até hoje é dirigido pela mesma família, ainda que tenha ações cotadas na bolsa.

O amplo leque de atuação do Bolloré inclui canal de televisão, jornal, empresas de transporte e logística, além do projeto de armazenamento de eletricidade que viabilizou o Bluecar, totalizando um volume de negócios anual de 8,5 bilhões de euros.

O custo de exploração do serviço Autolib’ é estimado em 80 milhões de euros, valor que deve diminuir com o decorrer dos anos. Prefeituras e iniciativa privada dividem tarefas de infra-estrutura e administração do sistema.

Cada cidade investe cerca de 50 mil euros na construção de uma estação de locação. Em troca, o Grupo Bolloré paga o aluguel do espaço, em regime de concessão. O retorno deste investimento não será imediato, como indicou Vicent Bolloré, presidente do grupo, em entrevista recente.

"Um conglomerado industrial como o nosso não espera retorno de investimentos em menos de seis ou sete anos, por isso nós estimamos que a partir do sétimo ano o serviço será rentável", disse Bolloré.

Para quase dobrar a capacidade do serviço no próximo ano, o grupo conseguiu junto ao Banco Europeu de Investimento um financiamento de 75 milhões de euros.

No Brasil, debates só depois do carnaval

Agência Estado

Enquanto montadoras da Europa, Estados Unidos e Japão prometem para 2017 a chegada de carros movidos a hidrogênio, o maior avanço em termos de transporte sustentável, o Brasil segue sem ter uma política definida para a matriz energética automotiva. Depois de ter lançado, no ano passado, o programa Inovar-Auto, que estabelece maior eficiência do motor a combustão, o governo inicia, depois do carnaval, debate sobre incentivos a híbridos e elétricos, mas avisa que o processo será longo.

A Toyota levou ao governo proposta com prazo de cinco anos para iniciar a produção local de veículos híbridos com motor flex, que permitiria o uso do etanol no lugar da gasolina para gerar a energia que carrega a bateria elétrica. A proposta da montadora, que tem duas fábricas de automóveis e uma de peças no País, é a desoneração, por dois anos, de impostos para a importação de híbridos. Nos dois anos seguintes, o subsídio seria mantido para modelos flex. No quinto ano, já com uma possível demanda criada no mercado, teria início a produção local. Na maioria dos países, até mesmo na Argentina, consumidores de "carros verdes" têm algum tipo de subsídio.

A Agência Brasileira de Desenvolvimento Industrial (ABDI), que coordena grupo criado pelo governo para discutir a agenda tecnológica para a cadeia automotiva, espera ter um parecer até o fim de março.

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Mundo | 6:00

Veja como funciona o Autolib’, sistema de locação de carros elétricos de Paris, que está completando um ano de atividade. Opção de mobilidade para parisienses e turistas.

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