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Uma década atrás, o presidente George W. Bush ficou entusiasmado com a promessa de carros movidos a hidrogênio, o elemento mais abundante no Universo.

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No entanto, Steven Chu, físico agraciado com o prêmio Nobel, disse que uma economia baseada em carros movidos a hidrogênio era muito improvável para os próximos anos. Então as atenções se voltaram para veículos elétricos com bateria, sobretudo os fabricados pela Tesla Motors.

Porém, algumas montadoras, como General Motors, Honda, Toyota, Daimler e Hyundai, persistiram. Agora, após muitos anos e bilhões de dólares investidos em pesquisas, os carros movidos a hidrogênio chegaram ao mercado.

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A Hyundai está fazendo leasing do utilitário esportivo Tucson movido a hidrogênio desde junho, mediante uma entrada de R$ 7.900 e R$ 1.315 por mês. A Toyota está lançando na Califórnia um sedã, chamado Mirai, por cerca de R$ 150 mil.

A Califórnia está gastando milhões de dólares para construir estações de abastecimento de hidrogênio, a fim de aumentar a rede atual de nove estações para 50 até o final de 2015. O Japão e a Alemanha estão construindo um número semelhante de estações.

Basicamente, tanto os carros elétricos com bateria quanto aqueles com células de hidrogênio são veículos elétricos com vantagens inerentes —rápida aceleração, nível baixíssimo de ruído e zero emissões pelo escapamento.

A diferença está na procedência da eletricidade. Em vez de armazenar carga em baterias, as células de combustível de carros a hidrogênio são minigeradores que produzem um fluxo de eletricidade na reação química da combinação de hidrogênio e oxigênio com água. O oxigênio é proveniente do ar. O hidrogênio, comprimido, fica armazenado em tanques.

Elon Musk, o CEO da Tesla, diz que as células de hidrogênio não se comparam aos seus carros elétricos com bateria.

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Os veículos elétricos com bateria são mais eficientes do que os com células de hidrogênio, e sua manutenção é mais barata. Além disso, hoje, há muito mais lugares para fazer recarga do que estações de abastecimento de hidrogênio.

Todavia, os carros elétricos com bateria também têm falhas tecnológicas. Eles demoram para recarregar, demandam mais recargas do que carros a hidrogênio, e as baterias requeridas para veículos maiores dificultam sua fabricação, pois as atuais baterias de íons de lítio simplesmente não fornecem energia suficiente para veículos maiores percorrerem longas distâncias.

Células de hidrogênio são mais eficientes que motores de combustão interna, de modo que carros com células de hidrogênio como o Mirai têm autonomia de 480 quilômetros. Abastecê-los com hidrogênio é tão rápido quanto no caso do tanque de gasolina de um carro convencional, em vez de horas conectado a uma tomada. Até os supercarregadores da Tesla precisam de 20 minutos para dar meia carga a um Model S.

Construir uma pequena célula de hidrogênio que coubesse em um carro, operá-la durante anos e manter seu preço abaixo de US$ 1 milhão (cerca de R$ 2,65 milhões) foram desafios que as montadoras afirmam ter vencido.

O custo também diminuiu graças à redução da quantidade requerida da dispendiosa platina, utilizada como catalisador para misturar o oxigênio e o hidrogênio. Atualmente, a maior parte do hidrogênio é proveniente de átomos de hidrogênio extraídos de moléculas de gás natural, cujo subproduto é o dióxido de carbono, o que prejudica a meta de reduzir a emissão de gases do efeito estufa.

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É provável que a Toyota perca dinheiro a cada Mirai vendido.

No entanto, a montadora espera que os carros com células de hidrogênio sigam a trajetória do Prius, que evoluiu de uma proposta excêntrica para um veículo bem aceito no mercado.