Um grupo de 32 ex-chefes de governo lembrou nesta sexta-feira (9) aos governos de Brasil, México e Colômbia que o prazo para que as autoridades eleitorais da Venezuela apresentem os resultados das últimas eleições presidenciais já “está mais do que vencido”.
Os ex-líderes, que fazem parte da Iniciativa Democrática da Espanha e das Américas (Idea), acrescentaram no comunicado que agora cabe a estes governos “tomar uma posição clara e definitiva contra a tirania do [ditador venezuelano] Nicolás Maduro”.
Eles ressaltaram que, enquanto este atraso ocorre, a “onda de repressão e sequestros de membros das forças democráticas, assim como violações generalizadas e sistemáticas dos direitos humanos contra o povo venezuelano”, continua no país sul-americano.
Os ex-líderes parabenizaram as declarações dos ministros das Relações Exteriores de Brasil, México e Colômbia sobre o dever do Conselho Nacional Eleitoral (CNE) da Venezuela de mostrar de forma transparente os resultados das eleições presidenciais de 28 de julho.
Enfatizaram que os ministros das Relações Exteriores destes países declararam que “o mandato para tornar as atas eleitorais transparentes é dever do Poder Eleitoral e deve ser verificado por um órgão imparcial” e não pelo Tribunal Supremo de Justiça da Venezuela.
Há alguns dias, Maduro, que o CNE declarou vencedor com 51% dos votos sobre o oponente Edmundo González, pediu ao mais alto órgão da Justiça venezuelano que revisasse o processo eleitoral.
Os ex-presidentes também destacaram uma prévia das conclusões do Carter Center, que enviou uma missão técnica a fim de observar o processo e segundo a qual “não há evidências de hacking” no sistema eleitoral, conforme denunciado pelo CNE.
Em vez disso, o centro “analisou os números disponíveis junto com outras organizações e universidades e confirma González como vencedor”, disseram os ex-presidentes, além de lembrarem que um relatório da OEA já havia chegado à mesma conclusão.
Os ex-chefes de Estado acrescentaram que, neste momento, a comunidade internacional tem a “obrigação legal” de defender “o princípio da segurança democrática”.