A Casa Branca alegou nesta quinta-feira (15) que o presidente dos Estados Unidos, Joe Biden, entendeu errado uma pergunta que lhe foi feita por uma jornalista e que na verdade o mandatário democrata não apoia a realização de uma nova eleição presidencial na Venezuela.
Mais cedo, conversando com repórteres na Casa Branca pouco antes de embarcar no helicóptero Marine One, que o levaria para um evento de campanha com a candidata presidencial democrata Kamala Harris no estado de Maryland, Biden foi perguntado por uma repórter da Voz da América, agência de notícias financiada pelo governo americano: “Qual é sua mensagem para [o ditador da Venezuela, Nicolás] Maduro? O senhor apoia novas eleições na Venezuela?”.
O democrata respondeu: “I do” (frase que, no contexto da conversa, seria traduzida como: “Sim, apoio”). A conversa aparece no post abaixo do perfil em espanhol da Voz da América no X:
A declaração de Biden causou estranheza, porque o governo dos Estados Unidos havia manifestado a posição de que o oposicionista Edmundo González venceu claramente a eleição presidencial realizada na Venezuela no final de julho – portanto, o pleito não teria que ser refeito, na opinião da Casa Branca.
Numa declaração por e-mail enviada à Voz da América, um porta-voz do Conselho de Segurança Nacional dos Estados Unidos alegou que Biden “estava falando sobre o absurdo de Maduro e seus representantes não terem sido honestos sobre as eleições de 28 de julho”.
“Está muito claro para a maioria do povo venezuelano, os Estados Unidos e um número crescente de países que Edmundo González Urrutia ganhou a maioria dos votos em 28 de julho. Os Estados Unidos novamente pedem que a vontade do povo venezuelano seja respeitada e que comecem as negociações sobre uma transição de volta às normas democráticas”, disse o porta-voz no e-mail.
Nos últimos anos, Biden teve sua saúde mental questionada devido a gafes em eventos públicos, e seu desastroso desempenho no debate com Donald Trump no final de junho o levou a desistir em julho de tentar a reeleição, após semanas de cobranças nesse sentido por parte de colegas de partido, órgãos de imprensa progressistas e doadores de campanha.