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A Casa Branca denunciou nesta quarta-feira (18) a atitude repreensível dos soldados americanos que posaram ao lado de corpos de insurgentes afegãos, ao mesmo tempo em que afirmou sua decepção quanto à decisão do jornal Angeles Times de publicar as fotos em questão.

"A conduta descrita nessas fotos é repreensível e não representa de forma alguma os critérios" seguidos pelos soldados americanos, explicou o porta-voz da presidência, Jay Carney, prometendo aos jornalistas a bordo do avião presidencial Air Force One que este caso será "objeto de uma investigação e os responsáveis deverão prestar contas".

Mais cedo, o secretário da Defesa americano, Leon Panetta, e o comandante das forças da Otan no Afeganistão, Anders Fogh Rasmussen, também condenaram as fotos, mas afirmaram tratar-se de um fato isolado.

"Estas imagens não representam em nada os valores ou o profissionalismo da enorme maioria das tropas americanas que servem atualmente no Afeganistão", afirma em um comunicado o diretor do Pentágono, que manifesta decepção com a publicação das imagens no jornal.

O jornal Los Angeles Times revelou nesta quarta-feira que os soldados americanos fizeram fotos, em mais de uma ocasião, ao lado de restos de corpos de homens-bomba afegãos.

A publicação afirma que o Exército americano iniciou uma investigação sobre o caso depois que o jornal divulgou algumas imagens, fornecidas por um soldado.

O primeiro episódio aconteceu em fevereiro de 2010, quando tropas da 82ª divisão aerotransportada foram enviadas a uma delegacia na província afegã de Zabul para analisar os pedaços de um suposto homem-bomba.

O propósito dos soldados era retirar impressões digitais, mas eles terminaram por posar para fotografias, de pé ou abaixados, ao lado dos cadáveres.

Poucos meses depois, o mesmo pelotão inspecionou os restos mortais de três insurgentes, que segundo a polícia afegã morreram de maneira acidental quando manipulavam explosivos.

Dois soldados aparecem nas fotos segurando a mão de um dos homens mortos com o dedo médio levantado, enquanto outro se inclinava sobre o cadáver, afirma o jornal.

Outro soldado criou e colocou uma insígnia extra-oficial com o título 'caçador de zumbis' perto de outro corpo e fez uma foto.

O Los Angeles Times afirma que autoridades militares pediram ao jornal para não publicar as fotos pelo temor de reações violentas, mas o editor do LA Times, Davan Maharaj, afirmou que foi decidido publicar uma seleção "pequena, mas representativa" das imagens.

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