A Casa Branca afirmou nesta sexta-feira, pela primeira vez, que os Estados Unidos estão "em guerra" contra o jihadista Estado Islâmico (EI), assim como vem acontecendo contra a Al Qaeda e seus grupos afins desde os atentados de 11 de setembro de 2001.
"Os Estados Unidos estão em guerra com o EI da mesma maneira que estamos em guerra com a Al Qaeda e seus filiados no mundo todo", disse o porta-voz da Casa Branca, Josh Earnest, em sua entrevista coletiva diária.
Nesse sentido, o porta-voz do Pentágono, o contra-almirante John Kirby, também relatou à imprensa que o governo americano "sabe que está em guerra com o EI", o grupo jihadista que luta no Iraque e na Síria.
Essas afirmações representam a primeira vez que o governo de Barack Obama utiliza o termo "guerra" para descrever sua ofensiva contra o EI, que começou há um mês com ataques aéreos seletivos no Iraque e que agora foi estendida para uma campanha mais ampla nesse país e que também prevê bombardeios no território sírio.
Na quinta-feira, tanto o secretário de Estado americano, John Kerry, como a assessora de segurança nacional de Obama, Susan Rice, evitaram utilizar essa palavra para se referir à campanha anunciada pelo presidente na última quarta-feira.
"Se alguém quer pensar nisso como uma guerra contra o EI, podem fazê-lo, mas o fato é que é uma grande operação antiterrorista que terá muitas partes diferentes em movimento", argumentou Kerry em uma entrevista à emissora "CNN".
Apesar de recorrer a esse termo, Earnest destacou hoje que a estratégia do governo Obama é "significativamente diferente da que se seguiu na Guerra do Iraque", lançada em 2003 pela Administração George W. Bush.
"Esta estratégia não envolve apenas os Estados Unidos, mas uma ampla coalizão internacional", defendeu Earnest.
Em seu discurso de quarta-feira, Obama comparou a ofensiva contra o EI, que estará baseada em ataques aéreos e na qual descartou qualquer missão de combate de tropas terrestres no Iraque ou na Síria, às operações contra o terrorismo que seu governo empreendeu no Iêmen e na Somália.
No entanto, sua assessora de segurança nacional reconheceu hoje que a campanha contra o EI será mais ampla do que esses esforços, que contaram com poucos ataques aéreos em cada país nos últimos anos, mas se parecerá no sentido em que o peso do combate recairá sobre as autoridades locais e não sobre os Estados Unidos.
"A frequência de nossos ataques militares será sem dúvida mais intensa no Iraque, porque a ameaça é mais intensa e mais sustentada", disse Susan Rice em uma entrevista à emissora de rádio "NPR".
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