O governo norte-americano não tem visto indicações de que Muamar Kadafi deixou a Líbia, informou a Casa Branca nesta segunda-feira.
"Se soubéssemos onde ele está, informaríamos às forças de oposição", disse o porta-voz da Casa Branca Jay Carney a repórteres quando questionado sobre o paradeiro do líder líbio deposto, que não é visto desde que os rebeldes tomaram a capital Trípoli, na semana passada.
Família
O Ministério de Exteriores argelino anunciou nesta segunda-feira que a primeira esposa de Muamar Kadafi, Sofia, e três de seus filhos, Anibal, Mohammed e Aisha entraram na Argélia.
Segundo um comunicado recolhido pela agência oficial de notícias argelina "APS", os familiares do deposto líder líbio entraram nesta segunda-feira às 8h45 hora local (4h45 do horário de Brasília) pela fronteira terrestre entre Líbia e Argélia.
A nota que assegura que os filhos viajavam acompanhados de suas famílias, acrescenta que o Ministério de Exteriores já informou ao secretário-geral da ONU, Ban Ki-moon, ao Conselho de Segurança e ao presidente do Governo rebelde, Mahmoud Jibril.
Desde a queda de Trípoli nas mãos rebeldes, há pouco mais de uma semana, o paradeiro do coronel líbio e o dos membros de sua família foi uma incógnita e levantou diversas hipóteses e rumores.
Na sexta-feira passada a agência oficial egípcia "Mena", citando uma fonte do conselho militar líbio da localidade de Gadamas, que assegurou que seis veículos, da marca Mercedes, transportaram responsáveis de alta categoria da Líbia à Argélia, e que era possível que entre eles estivessem Kadafi, e seus filhos.
No entanto, no dia seguinte o porta-voz do Ministério de Exteriores da Argélia, Amar Belani, em umas declarações recolhidas pela agência de notícias argelina APS, assegurou que "essa notícia não tem nenhum fundamento" e a negava "de maneira categórica".
No entanto, o próprio Kadafi continua em paradeiro desconhecido, assim como dois de seus filhos Seif al Islam, o rosto midiático do regime, e Hamis, que comanda a brigada que leva seu mesmo nome e que poderia estar envolvido em crimes de guerra e de lesa-humanidade, segundo denunciou nesta segunda-feira de Trípoli a organização Human Rights Watch.
Rebeldes avançam por Sirte
Forças líbias convergiram na segunda-feira na cidade de Sirte, na esperança de selar sua revolução com a captura dos últimos bastiões do governante derrubado, mas talvez ainda perigoso.
O paradeiro de Kadafi é desconhecido desde que seus inimigos invadiram Trípoli há uma semana, levando ao colapso os 42 anos do regime dele.
O Conselho Nacional de Transição (CNT) pediu à Otan que mantenha a campanha militar aérea iniciada há cinco meses, que foi crucial para impulsionar os rebeldes líbios à vitória contra Kadafi.
No domingo, pelo terceiro dia consecutivo, aviões da Otan bombardearam Sirte, na costa do Mediterrâneo, segundo um porta-voz da aliança em Bruxelas.
Kadafi nasceu em Sirte, 450 quilômetros a leste de Trípoli, em 1942. Depois de tomar o poder, em 1969, ele fez essa pacata aldeia de pescadores se transformar em uma cidade de 100 mil habitantes, que ele costumava usar em ocasiões de Estado.
Os líderes tribais de Sirte continuam a apoiá-lo. Mesmo sem estar claro se ele pretende montar uma resistência a partir de lá, a captura da cidade seria um prêmio simbólico e estratégico para os novos governantes.
A nova liderança diz que também há áreas ao sul, no meio do Saara, que ainda não estão totalmente sob seu controle.