Manifestantes saíram às ruas em Cabul, capital do Afeganistão, para protestar contra planos de pastor americano| Foto: Mohammad Ishaq/Reuters

O plano de um pastor evangélico da Flórida de queimar cópias do Alcorão no aniversário do 11 de Setembro, no próximo sábado, despertou protestos de líderes civis, militares e religiosos.

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A polêmica chegou até o Afe­­ganistão, de onde o general David Petraeus, que comanda as forças dos EUA no país, alertou que queimar o livro sagrado do islã ameaça a segurança das tropas e colocará cidadãos americanos no exterior em perigo.

"Estou muito preocupado com as possíveis repercussões do caso", disse Petraeus.

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Segundo o general, um vídeo que mostrasse a queima do Al­­corão em solo americano rodaria o mundo e seria usado como pretexto por extremistas para ataques.

O porta-voz do Departamento de Estado, PJ Crowley, disse que a imagem seria potencialmente tão poderosa para extremistas quanto as fotos da prisão de Abu Ghraib, no Iraque, que mostravam abusos contra prisioneiros por soldados dos EUA.

Cerca de 500 afegãos indignados com os planos protestaram ontem em Cabul queimando um boneco do pastor responsável, Terry Jones, e gritando "morte à América".

Jones, da igreja Dove World Ou­­treach, na cidadezinha de Gai­­nes­­ville, tem cerca de 50 seguidores e afirma desejar "expor o Islã" co­­mo religião "violenta e opressiva".

Apesar dos apelos e sem ter recebido autorização pública pa­­ra o ato, ele não deu sinais de que desistirá.

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Embora reconheça que a ação poderá provocar oposição violenta, o pastor disse que "os EUA devem parar de pedir desculpas por suas ações e de se dobrar diante de reis".

O episódio chega num mo­­mento de alta de ofensas e ataques contra a religião muçulmana nos EUA, muitos dos quais se devem à oposição a um plano de construir uma mesquita a dois quarteirões do lo­­cal do ataque do 11 de Setem­­bro às Tor­­res Gêmeas, em Nova York.

Cúpula

Marchas anti-Islã, depredação de mesquitas e episódios de assédio a muçulmanos pelo país levaram ontem um grupo de 35 líderes de várias denominações cristãs e judaicas a se unirem à Sociedade Islâmica da América do Norte (Isna) em uma cúpula contra o preconceito em Washington.

Batistas e evangélicos fo­­ram duros em condenar o plano de Jones.

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