O governo do presidente dos Estados Unidos, Joe Biden, prometeu nesta quinta-feira (29) que concederá recursos e elaborará recomendações nos próximos 45 dias para as universidades, como resposta à decisão da Suprema Corte contra a admissão com base em critérios raciais e étnicos nas instituições de ensino superior americanas.
“[A decisão] leva nosso país para décadas atrás, limitando drasticamente a ferramenta vital que as universidades usaram para criar comunidades diversificadas e vibrantes no campus", disse o secretário de Educação dos EUA, Miguel Cardona, em uma conversa por telefone com jornalistas.
A mais alta corte do país pôs fim nesta quinta-feira à chamada ação afirmativa racial nas universidades, após determinar que Harvard e a Universidade da Carolina do Norte violaram a Constituição ao usar a raça como fator no processo de admissão.
Diante dessa resolução, Cardona afirmou que o Executivo federal está "preparado" para alocar recursos e fazer recomendações às universidades relacionadas aos padrões de admissão de alunos nos próximos 45 dias.
O secretário mencionou sua condição de latino e destacou que foi "a primeira geração de sua família a estudar na universidade", ressaltando ser capaz de reconhecer a "incerteza que a decisão judicial gera para muitas pessoas em diferentes partes do país".
Outro ponto mencionado pelo secretário será organizar dentro de algumas semanas uma "cúpula no Departamento de Educação sobre oportunidades educativas". Além disso, o governo também quer elaborar um relatório, que deve ficar pronto em setembro, sobre "boas práticas na política de admissão universitária".
Pouco antes, Biden havia instado as universidades a continuarem "garantindo a diversidade racial" entre seus alunos.
"Na prática, o tribunal acabou com a ação afirmativa nas admissões universitárias. Discordo totalmente da decisão porque eles entenderam mal a ação afirmativa", declarou Biden em mensagem à imprensa na Casa Branca.
O presidente democrata argumentou que há décadas as "universidades usam a raça como um dos muitos fatores a serem levados em consideração na admissão de alunos, com o objetivo de favorecer a diversidade".
A Suprema Corte previa desde 1978 a opção das universidades de considerar a "raça como um fator no processo de admissão", ainda que de forma limitada.
Porém, nesta quinta, o tribunal superior decidiu que Harvard e a Universidade da Carolina do Norte violaram a Constituição ao usar a raça como um fator no processo de admissão.
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