A Casa Branca rejeitou nesta quinta-feira (27) o plano de dividir o Iraque em três partes - xiita, sunita e curda - sob supervisão de um governo federal em Bagdá. A proposta havia sido aprovada pelo Senado americano no dia anterior.
"Não acredito que seja um voto tão importante como alguns quiseram colocar", declarou Tony Fratto, porta-voz da Casa Branca, afirmando ainda que se "trata de uma emenda que estampa a opinião do Senado".
"Todos têm sua opinião sobre qual é a melhor forma de agir no Iraque; mas está claro que são os iraquianos que devem tomar essas decisões, que não podem ser improvisadas por países estrangeiros", adicionou Fratto.
Entenda o plano do Senado
O plano do Senado dos Estados foi apresentado como a única solução para encerrar a guerra e retirar as tropas americanas, que ocupam o país desde a invasão de 2003.
O Senado aprovou a proposta por 75 votos a favor e 23 contra. O plano foi apresentado pelo senador e pré-candidato democrata à presidência Joseph Biden.
Traçado com a assessoria de Leslie Gelb, especialista em política externa da administração do ex-presidente Jimmy Carter, a idéia é estabelecer um sistema federal, amparado na Constituição iraquiana, que dividiria o país em três entidades - curda, xiita e sunita - com um governo federal sediado em Bagdá encarregado da administração dos lucros do petróleo e da segurança nas fronteiras.
O líder do partido Democrata no Senado, Harry Reid, disse que "a adoção da emenda Biden reflete o importante reconhecimento por parte do Senado de que a reconciliação política deve ser o objetivo essencial dos iraquianos".
A medida não é vinculante e não exige mudanças na política do presidente Bush no Iraque. A aprovação do projeto de lei indica até que ponto vai o apoio a esta idéia, que conta com cada vez mais simpatizantes em Washington.
Por outro lado, a proposta é também uma iniciativa diplomática que pretende convocar países mais poderosos e vizinhos do Iraque para apoiar a causa da nova federação.