A Casa Branca rejeitou ontem o "plano B" do presidente da Câmara dos Estados Unidos, John Boehner, para resolver o "abismo fiscal", afirmando que ele não cumpre as exigências do presidente Barack Obama por um enfoque equilibrado e não impõe um fardo tributário suficiente sobre os norte-americanos mais ricos.
A Casa Branca fez a declaração após Boehner ter afirmado que vai trabalhar em um "plano B" que elevaria os impostos para quem tem renda superior a US$ 1 milhão por ano, mas quer como contrapartida o corte em gastos sociais.
"O presidente (Obama) não está disposto a aceitar um acordo que não exija o suficiente dos mais ricos em relação a impostos e, em vez disso, transfere o cargo para a classe média e os idosos", disse o porta-voz de Obama, Jay Carney, em comunicado. "O presidente espera que ambos os lados possam resolver suas diferenças remanescentes e chegar a uma solução para que não percamos a oportunidade que se apresenta a nós", acrescentou.
Sem um acordo, em 1.º de janeiro haverá aumento no imposto de renda para a maioria dos norte-americanos e corte de gastos, principalmente da Defesa.
Em julho do ano passado, o Senado, que é controlado pelos democratas, aprovou uma lei para ampliar as atuais taxas baixas para todas as famílias com renda inferior a US$ 250 mil por ano. A proposta republicana da Câmara dos Deputados, que eleva o piso em US$ 1 milhão, se for aprovada pela Casa, exigirá um acordo do Senado ou forçar uma rodada de negociações sobre o compromisso entre as duas casas.
O presidente da Câmara reclamou que "a Casa Branca não se dispõe a concordar com uma abordagem equilibrada" de redução de déficit nas negociações.
Ao mesmo tempo, Boehner disse que os republicanos estavam "deixando a porta bem aberta para algo melhor". "A lei atual tem aumentos de impostos para todos em 1.º de janeiro. A questão para nós é realmente simples: como podemos impedir a maior quantidade possível de aumentos?", disse Boehner.