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A França registrou neste sábado (1º) a quinta noite de distúrbios no país, que começaram por causa da morte de um jovem de descendência árabe pela polícia. A madrugada de violência terminou com 719 pessoas presas, segundo o governo, e confrontos entre polícia e manifestantes especialmente no sul da cidade de Marselha.
O número de presos, porém, foi menor do que na noite anterior, quando mais de 1.300 foram detidos. O ministro do Interior da França, Gérald Darmanin, avaliou que a madrugada de domingo foi "mais calma" e agradeceu a atuação dos 45 mil agentes que foram destacados para conter os distúrbios no país – 7 mil em Paris e arredores.
Nos arredores de Paris, a casa do prefeito de L'Haÿ les Roses foi atacada na madrugada domingo, enquanto a esposa e os filhos dele estavam no local. Vândalos tentaram invadir a residência jogando um carro contra o portão e posteriormente atearam fogo no veículo. A mulher ficou ferida ao tentar fugir e está hospitalizada com um ferimento no joelho. Um dos filhos também ficou ligeiramente ferido, segundo a agência de notícias AFP.
"À 1h30, enquanto eu estava na prefeitura como nas últimas três noites, indivíduos bateram com o carro em minha residência antes de atear fogo para queimar minha casa, dentro da qual minha esposa e meus dois filhos pequenos dormiam”, disse prefeito Vincent Jeanbrun de L'Haÿ-les-Roses em um comunicado. Ele classificou o ato como uma "tentativa de assassinato de covardia indescritível".
A primeira-ministra da França, Elisabeth Borne, condenou o incidente, chamando-o de "intolerável" e pediu que "os culpados sejam processados com firmeza".
Ainda de acordo com a polícia francesa, 45 policiais e gendarmes ficaram feridos na madrugada deste domingo, durante confronto com manifestantes. Além disso, 74 prédios – incluindo 26 estações policiais e da gendarmaria – foram danificados e 577 veículos foram incendiados.