A administração interna da Casa dos Representantes, do parlamento americano, exigiu que seus funcionários e até os próprios representantes (equivalentes a deputados) deletem o aplicativo chinês de entretenimento TikTok dos dispositivos fornecidos pela instituição. O motivo é que o aplicativo teria problemas de segurança e compartilharia dados sensíveis com a ditadura chinesa. A ordem foi dada na terça-feira (27) pela chefe administrativa Catherine Szpindor.
Desde agosto, o gabinete de Szpindor tem alertado aos funcionários e políticos que o TikTok representa um “alto risco aos usuários devido a vários riscos de segurança”. Na ordem, enviada como um memorando, a chefe avisou que “se você tiver o TikTok em seu dispositivo móvel da Casa, será contactado para removê-lo”. O memorando é taxativo: “Funcionários da casa NÃO têm permissão de baixar o app TikTok” em qualquer celular de trabalho.
O TikTok pertence à empresa ByteDance, com sede em Pequim. Contactado pela reportagem da NBC News, um representante da ByteDance preferiu não comentar o caso.
O poder executivo americano também incluiu, em uma lei de orçamento passada no Congresso na última semana, que prevê o gasto de US$1,7 trilhões (R$9 trilhões), o banimento do TikTok em todos os celulares fornecidos a funcionários do executivo federal. A norma também bane qualquer outro aplicativo feito pela empresa chinesa. O Senado americano ainda não implementou normas similares, mas senadores como o republicano Marco Rubio (Flórida) pedem que o aplicativo seja banido de todo o país. França e Taiwan também consideram proibir o TikTok por causa de “espionagem chinesa”.
Desde que o ditador Xi Jinping ascendeu ao poder na China, em 2013, marcos legais do regime turvaram a distinção entre o Estado e agentes privados. Toda empresa chinesa é obrigada a compartilhar informações com o Partido Comunista Chinês.