A casa natal de Adolf Hitler no norte da Áustria será demolida para a construção de um novo edifício, colocando fim a anos de uma batalha judicial, anunciou nesta segunda-feira (17) o ministro do Interior austríaco.
“A casa de Hitler será destruída. As fundações poderão ser conservadas, mas será construído um novo edifício”, declarou o ministro Wolfgang Sobotka ao jornal austríaco Die Presse, acrescentando que a nova construção será destinada ao uso “beneficente ou administrativo”.
Para que o projeto se concretize, o governo austríaco deverá concluir o procedimento de expropriação da casa situada no centro de Braunau-am-Inn, perto da fronteira com a Alemanha, informou à AFP um porta-voz do ministério do Interior.A medida é necessária porque a casa foi tombada pelo patrimônio histórico, e a expropriação e a indenização da proprietária precisam ser aprovadas por meio de uma lei federal.
O projeto de lei de expropriação à proprietária foi elaborado em julho para que o Estado austríaco recupere o imóvel e evite qualquer possibilidade de que a casa se transforme em um local de peregrinação nazista. A data de apresentação deste projeto de lei no Parlamento austríaco ainda não foi anunciada, nem tampouco as datas previstas para a transformação do local.
A enorme casa com fachada amarela, onde Hitler nasceu em 20 de abril de 1889, está vazia desde 2011, quando o governo interveio na batalha judicial com a atual proprietária, Gerlinde Pommer, moradora da cidade, cuja família é dona da casa há mais de um século.
Nos anos 1970, o governo austríaco assinou um contrato com Pommer e transformou a casa em um centro para pessoas com deficiência, até quando a proprietária rechaçou autorizar trabalhos de restauração indispensável e o local foi fechado.
Desde então, o destino da casa é motivo de intensos debates entre especialistas e dentro do próprio governo austríaco.
Passado vivo
Pessoas contrárias à demolição argumentam que derrubar a casa não vai apagar o passado e defendem que o local seja transformado num centro de conscientização sobre os riscos do extremismo.
O prefeito da cidade, Johannes Waidbacher, também defende o que chamou de uso sócio-educativo do local. “Queremos um uso historicamente correto da casa de Hitler.” Ele disse que não há como apagar o fato de que o ditador nasceu no prédio.